Pyongyang considera “provocação” envio para a Coreia de dois
bombardeiros dos EUA
Bissau, 10 Jul 17 (ANG) - A imprensa oficial norte-coreana classificou domingo
uma “provocação” o envio de dois bombardeiros norte-americanos para a península
coreana para fazer exercícios e advertiu que estas manobras “podem causar uma
guerra nuclear”.
Pyongyang reagiu assim ao envio no sábado de dois
bombardeiros estratégicos B-1B dos Estados Unidos, os quais levaram a cabo
simulacros de ataques de precisão no território sul-coreano em conjunto com
caças deste país, como sinal de advertência ao regime norte-coreano pelo seu
teste com um míssil balístico intercontinental.
“Os Estados Unidos afirmam que vão enviar de forma
regular bombardeiros estratégicos para a península da Coreia, um acto tão
disparatado como voltar a atear fogo em cima de um depósito de munições”,
escreve num artigo de opinião o Rodong
Sinmun, o principal jornal norte-coreano.
“Um simples erro ou mal entendido pode conduzir à
eclosão de uma guerra nuclear e, por sua vez, isto levaria sem dúvida a uma
nova Guerra Mundial”, acrescentou o diário oficial do Partido dos
Trabalhadores.
O artigo também justifica como “legítimas medidas
de defesa” os testes de armamento norte-coreano, perante as “crescentes ameaças
de guerra nuclear” contra Pyongyang por parte de Washington.
As manobras aéreas realizadas no sábado por
Washington e Seul constituem “uma firme resposta à série de lançamentos de
mísseis balísticos por parte da Coreia do Norte”, disse um porta-voz das forças
sul-coreanas.
A Coreia do Norte lançou na terça-feira o seu
primeiro míssil balístico intercontinental (ICBM). Designado “Hwasong-14”, o
míssil alcançou uma altitude máxima de 2.802 quilómetros e percorreu 933
quilómetros em 39 minutos.
Os B-1B Lancers sobrevoaram o Mar do Japão,
aproximaram-se da fronteira que delimita as duas Coreias e posteriormente
juntaram-se aos caças sul-coreanos F-15K e F-16 na província de Gangwon (leste)
para ensaiar com fogo real ataques a instalações chave norte-coreanas, segundo
o porta-voz.
Estes exercícios enquadram-se nas manobras com fogo
real executadas por Washington e Seul em resposta ao lançamento do míssil
intercontinental por Pyongyang, e incluíram o lançamento de vários mísseis
guiados e destacamento das suas forças navais e áreas.
O mais recente ensaio norte-coreano indica que o
país conseguiu fabricar um míssil com capacidade para percorrer, segundo o
exército sul-coreano, entre 7.000 e 8.000 quilómetros, o suficiente para
atingir os Estados Unidos.
Este novo avanço armamentístico norte-coreano
elevou as tensões na península coreana e é referido como um elemento que pode
alterar o foco diplomático e estratégico de Washington para a região.
ANG/Lusa/Inforpress
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