Reacções diferentes ao
acordo SOFA
Bissau, 21 set 18
(ANG) – A ratificação quarta-feira
do acordo militar SOFA (Status of Forces Agreement-SOFA ), pelo Presidente
da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, não foi aceite da mesma forma
pelas diferentes forças políticas do país.
Enquanto o MpD julga positivo este acordo
militar com os Estados Unidos, o PAICV sequestiona sobre a sua constitucionalidade
.
O Governo congratula-se com decisão do
Presidente da República em ratificar o acordo militar com os Estados Unidos - o
SOFA. Para o Ministro de Estado, dos Assuntos Parlamentares e da Presidência do
Conselho de Ministros, Fernando Elísio Freire, o acordo militar vai ajudar a
tornar Cabo Verde um país mais seguro.
Na mesma linha, o partido que sustenta o
governo - o MpD, avança que a ratificação do acordo SOFA vai trazer ganhos a
nível da economia, da defesa e de segurança.
Já o maior partido da oposição - o PAICV,
anuncia que vai suscitar, junto do Tribunal Constitucional, a fiscalização da
constitucionalidade do SOFA. O porta-voz do PAICV, João Baptista Pereira disse
que a ratificação do SOFA tem várias implicações.
O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos
Fonseca, anunciou quarta-feira a ratificação do acordo militar com os
Estados Unidos e a decisão foi tornada
pública, numa declaração sem direito a perguntas, no Palácio do Plateau.
Ao anunciar a ratificação do SOFA, Jorge Carlos
Fonseca afirmou não ter encontrado qualquer indício de inconstitucionalidade no
documento, apesar de reconhecer que algumas disposições são susceptíveis de
gerar diferentes pontos de vista, numa alusão particular à norma que prevê que
os militares americanos que cometam um crime em território nacional fiquem sob
alçada da justiça militar do seu país.
Este polémico acordo de defesa com os Estados Unidos
suscitara controvérsia com o governo sobre a suposta falta de informação
atempada solicitada ao chefe de Estado sobre o caso, facto refutado pelo chefe
da diplomacia.
Um texto sobre o qual a líder da oposição Janira
Hopfer Almada exprimira também reservas sobre o facto de supostamente o país
prescindir da sua jurisdição penal.
O embaixador dos Estados Unidos em Cabo
Verde, Donald Heflin, afirmou este mês que o acordo sobre o estatuto das
forças militares do país em Cabo Verde não significa instalação de bases nem
autoriza a entrada automática de militares em Cabo Verde.
O acordo foi aprovado em Setembro passado nos Estados
Unidos, e em Julho o parlamento caboverdiano votou em prol do mesmo, com votos
a favor do MpD e abstenções do PAICV e da UCID. ANG/Inofrpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário