Braima Camará e Nuno Nabian pedem demissão do Primeiro-ministro
Bissau,21 Set 18(ANG) - Os dirigentes partidários
guineenses Braima Camará e Nuno Nabian pediram quinta-feira ao Presidente José
Mário Vaz a demissão do Primeiro-ministro, Aristides Gomes, a quem acusam de
incapacidade para organizar eleições legislativas "com
transparência".
"Se ele não sair, vamos organizar marchas até
que o Presidente o demita", declarou Nuno Nabian, presidente da APU-PDGB
(Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau), durante uma
conferência de imprensa.
Braima Camará, líder do Madem (Movimento da
Alternância Democrática, partido recém-criado por dirigentes e militantes expulsos
do PAIGC), disse que o primeiro-ministro está a "forjar a realização das
eleições da forma como o tem feito" para "tirar dividendos
políticos".
"Aristides Gomes quer ser o candidato do PAIGC
nas eleições presidenciais", que devem ter lugar no próximo ano, defendeu
Braima Camará.
O líder da APU-PDGB, partido que até recentemente
estava alinhado com o PAIGC (vencedor das legislativas de 2014), observou que
Aristides Gomes quer realizar eleições "à pressa no dia 18 de novembro,
mesmo sabendo que tal não será possível".
"Organizar eleições no dia 18 de novembro é
favorecer os partidos grandes, sobretudo o PAIGC", sublinhou Nuno Nabian,
que fez questão de frisar estar do lado dos partidos que "reclamam pela
verdade eleitoral e o cumprimento das leis" da Guiné-Bissau.
O dirigente da APU-PDGB exortou a comunidade
internacional "a não se imiscuir nos assuntos internos" do país,
observando que a Guiné-Bissau "tem leis que devem ser respeitadas".
A conferência de imprensa, realizada num espaço de
diversão juvenil de Bissau, contou com as presenças de vários dirigentes
partidários, nomeadamente os antigos ministros Botche Candé e Victor Mandinga.
O recenseamento eleitoral para as eleições
legislativas, que a CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental) quer que sejam realizadas "sem falta no dia 18 de
novembro", começou hoje.
Os primeiros guineenses a fazer o recenseamento
foram o Presidente , José Mário Vaz, e o primeiro-ministro, Aristides Gomes. ANG/Lusa
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