Bissau, 01 jul 19 (ANG) -- O
líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde, Domingos
Simões Pereira, considerou que a cimeira da comunidade da África Ocidental
definiu uma saída para o bloqueio político na Guiné-Bissau.
Segundo a
agência Lusa,numa mensagem difundida domingo,Domingos Simões Pereira considerou
também que os chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados
da África Ocidental (CEDEAO) deixaram um "aviso sério à navegação política
no país".
"Não
é hora de celebração de qualquer vitória e muito menos de novas tentativas de
contornar as regras estabelecidas para conseguir benefícios particulares",
salientou Domingos Simões Pereira.
Os chefes
de Estado e de Governo da CEDEAO estiveram reunidos em cimeira no sábado na
Nigéria e ordenaram ao Presidente guineense, José Mário Vaz, para nomear o
Governo proposto pelo partido vencedor das legislativas de 10 de março até
quarta-feira e a nomeação de um novo Procurador-geral da República também até
quarta-feira.
A CEDEAO
determinou também que José Mário Vaz continua como Presidente da Guiné-Bissau
até à realização das eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro, mas
sem poderes para se ingerir nos assuntos da governação.
"Ao
Presidente da República ofereceu-se a possibilidade de se manter no posto, mas
sem interferência na governação, aos partidos vencedores das eleições,
nomeadamente ao PAIGC, reconheceu-se a responsabilidade de governar, e a todos
conferiu-se a oportunidade de libertar o país através da nomeação, sob proposta
do Governo, de um Procurador-Geral sério e competente, e a organização dentro
do tempo estabelecido de eleições presidenciais transparentes e justas",
salientou Domingos Simões Pereira.
Para o
presidente do PAIGC, a resolução dos chefes de Estado da CEDEAO é a proclamação
do fim do jogo político dos últimos anos.
Uma grave
crise política teve início da Guiné-Bissau em 2015 após o Presidente guineense,
José Mário Vaz, ter demitido das funções de primeiro-ministro o presidente do
PAIGC, partido que venceu as legislativas em 2014, acusando-o de corrupção e
nepotismo.
A crise
levou ao encerramento do parlamento do país e, apesar da mediação da CEDEAO, o
chefe de Estado nomeou sete primeiros-ministros, um dos quais duas vezes.
Com a
realização das eleições legislativas de 10 de março, a tensão política
aumentou, com José Mário Vaz a levar mais de três meses a nomear um novo
primeiro-ministro e consequente formação do Governo, alegando um impasse para a
eleição da mesa do parlamento.
Após nova
intervenção da CEDEAO, o Presidente, que cumpriu cinco anos de mandato em 23 de
junho, acabou por indicar Aristides Gomes primeiro-ministro do país, depois de
ter recusado, por duas vezes, o nome de Domingos Simões Pereira.
José Mário
Vaz continuou, no entanto, sem nomear o Governo proposto por Aristides Gomes, o
que vai ter de fazer por deliberação dos seus homólogos da CEDEAO até
quarta-feira.ANG/Lusa
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