Contaminação diminui no mundo, menos na
Ásia central e no leste europeu
Bissau, 03 dez 19 8ANG) - Segundo dados
divulgados pela Unaids, uma
baixa global de 40% nas contaminações foi registrada no mundo desde o final dos
anos 1990 e além disso, cerca de 700 mil pessoas morreram vítimas da doença, o
que representa um terço a menos que em 2010.
No entanto, em regiões como o leste
europeu ou na Ásia central o número de pessoas contaminadas não para de crescer.
Nos últimos seis anos, 30% de novos casos foram confirmados nessa parte do
planeta.
Segundo o professor Michel Kazatchkine,
enviado especial das Nações Unidas sobre questões de HIV-Aids na região, esses
dados são fruto de um contexto econômico, já que a epidemia nessa zona do globo
começou na década de 1990, período de grande crise, marcada por um alto índice
de usuários de drogas intravenosas. “Sabemos que as pessoas que se injetam
drogas têm 22 vezes mais chances de se infectarem com o HIV que o restante da
população”, avalia o especialista.
Além disso, continua a professor, o vírus
se propagou em países nos quais os sistemas de saúde eram – e muitos ainda
continuam – deficientes. “Os médicos não estavam preparados. Para eles, a Aids
era uma doença do Oeste ou da África”, resume.
“As autoridades locais não tinham verba e
tanto o governo como a sociedade reagiam com discriminação diante do vírus, o
que fez com que as pessoas contaminadas, principalmente nos grupos mais
atingidos, tivessem pouco acesso ao diagnóstico e aos tratamentos. Todos esses
fatores reunidos explicam porque a epidemia ainda não foi controlada”, conclui.
As autoridades insistem na necessidade de
prevenção, com campanhas de comunicação e sensibilização e principalmente
o uso do preservativo. Mas os especialistas incentivam cada vez mais a adoção
do protocolo de PrEP(Profilaxia Pré-exposição), um tratamento
preventivo considerado eficaz em mais 95% dos casos.
No entanto, como lembra o professor
François Dabis, diretor da Agência francesa de pesquisa sobre a Aids, esse
método ainda é pouco aplicado. “A PrEP existe na maior parte dos países e é
integrado na maioria dos programas de prevenção, mas ainda é pouquíssimo
utilizada”, avalia o especialista.
“Na África, por exemplo, pouca gente tem
acesso. Não faz muito tempo que os profissionais da saúde começaram a ser
formados para preconizar esse protocolo”. ANG/RFI
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