Bissau,08
Set 20(ANG) - O
Presidente da República, Úmaro Sissoco Embaló, afirmou domingo, que os juízes conselheiros do Supremo
Tribunal de Justiça (STJ) podiam levar a Guiné-Bissau à uma guerra civil,
devido à morosidade no tratamento do contencioso eleitoral, cujo
fecho todo o país aguardava com grande expectativa.
Embaló reagia sobre a decisão do plenário do STJ que considerou improcedente o recurso dos advogados de defesa do candidato derrotado, Domingos Simões Pereira, que havia pedido a an
ulação das eleições presidenciais por considerar o processo viciado.O Chefe de Estado falava aos jornalistas no aeroporto internacional Osvaldo
Vieira, antes da sua deslocação a Niamey, capital do Níger, onde participa na
57ª sessão ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e do Governo da
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Embaló considera
extemporânea a decisão dos Juízes conselheiros .
“A decisão significa para mim zero. Eu envergonho-me e luto sempre para
colocar a Guiné-Bissau no mapa do mundo nos aspetos positivos. Depois de um ano
e já se sabia que isto é branco e vinham dizendo às pessoas
que era verde. Já se sabia quem foi vencedor das eleições presidenciais. Não
têm noção que estes juízes podiam levar-nos a uma guerra civil e as pessoas
podiam morrer nestas situações, se Deus não tivesse ajudado. Vejam os
conflitos pós-eleitorais noutros países”, assegurou, para de seguida
afirmar que ele já é presidente, não seria o Supremo quem iria elegê-lo.
Sobre a iniciativa do governo de introdução da língua árabe no sistema
educativo, o Presidente da República lembrou que a Guiné-Bissau é um país
laico, pelo que vai “vetar o diploma”, assim que chegar na presidência.
“A língua árabe nunca fez parte do nosso sistema educativo”, referiu.
Relativamente à situação da instabilidade política em alguns
países da sub-região (CEDEAO) que será um dos pontos da
agenda da Conferência, Úmaro Sissoco Embaló disse que, na verdade, há
problemas em alguns países da sub-região, e registam-se
mortes de pessoas na Guiné-Conacri. Frisou que há problemas por
causa do interesse num terceiro mandato manifestado por
alguns chefes de Estados.
Reconheceu, neste particular, que a CEDEAO é uma organização séria e com muita
experiência, pelo que os Chefes dos Estados e do Governo encontrarão uma
solução para os problemas que se registam a nível do espaço.
Refira-se que esta é a primeira cimeira dos Chefes do Estado e do Governo
da CEDEAO presencial, desde o surgimento da pandemia do novo coronavírus
(Covid-19).
Uma delegação da Guiné-Bissau dirigida pela ministra dos Negócios
Estrangeiros, Suzi Barbosa, se encontra em Niamey, há alguns dias, onde
participou na 44ª sessão ordinária do Conselho de Ministro e Segurança e na 84ª
sessão ordinária do Conselho de Ministros.ANG/odemocratagb
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