Burkina Faso/Viúva de Thomas Sankara exige justiça para seu marido
Bissau,
16 Out 20 (ANG) - Mariam Sankara, a viúva do capitão Thomas Sankara,
assassinado a 15 de Outubro de 1987, exigiu esta quinta-feira justiça para o
seu finado marido, 33 anos após a sua morte num golpe de Estado que instalou
Blaise Compaoré no poder.Bandeira de Burkina Faso
"A data de 15 de
Outubro de 1987 desperta sempre recordações dolorosas", escreveu Mariam
Sankara numa mensagem, a partir de Montpelier, em França, onde ela vive.
"Percebe-se ainda,
33 anos depois, da pertinência do pensamento do Presidente Thomas Sankara
e das acções realizadas pela Revolução Democrática e Popular”, acrescentou.
"Desde há alguns
dias, a opinião pública interroga-se sobre o estado de avanço deste processo.
Eu posso dizer que, neste momento, procedimento judicial está em curso. Muitos
suspeitos estão detidos”, garantiu.
Segundo ainda, Mariam
Sankara, foram feitas investigações para a identificação dos corpos e que, após
o levantamento do sigilo da defesa pelo Governo francês, foram processadas
várias informações.
“Agora, que a justiça,
tão esperada há vários, seja finalmente feita”, desejou.
Várias actividades das
quais projecções de filmes e painéis estavam previstas para esta quinta-feira,
pelo aniversário do assassinato de Thomas Sankara, num golpe de Estado que
instalou no poder o seu irmão de armas, Blaise Compaoré.
O Presidente Roch Marc Christian
Kaboré, que deve assistir às actividades comemorativas, recordou quarta-feira à
noite numa mensagem que, “neste 15 de Outubro de 2020, comemoramos o 33º
aniversário da morte de Thomas Sankara, pai da Revolução burkinabe de
Agosto de 1983”.
"Esta esperança
assassinada em 1987 inscreveu-se numa dinâmica de desenvolvimento endógeno do
Burkina Faso e de África, levada pelos Burkinabes e pelos Africanos. Nós temos
o dever de continuar esta dinâmica, a favor do nosso povo e das gerações
futuras”, acrescentou.
Durante a liderança de
Blaise Compaoré, o dossiê não evoluiu. A queixa relativa ao caso de Thomas
Sankara e seus companheiras foi introduzida em 1997 sob o regime do Presidente
Compaoré e registou uma absolvição.
Mas na sequência da
insurreição popular que derrubou este último do poder, em Outubro de 2014, a
justiça burkinabe fez mover as linhas a começar pela exumação dos corpos e
depois testes de DNA.
Blaise Compaoré, acusado
neste processo, vive em exílio na Côte d’Ivoire, onde ele obteve a nacionalidade,
tornando difícil a sua extradição, apesar dum mandado de captura internacional
emitido pelo Burkina Faso contra ele.
Desde Março de 2020, um
memorial foi construído para homenagear a memória de Thomas Sankara e dos seus
companheiros, em Ouagadougou.ANG/Angop
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