sexta-feira, 16 de outubro de 2020

      Burkina Faso/Viúva de Thomas Sankara exige justiça para seu marido

 

Bissau, 16 Out 20 (ANG) - Mariam Sankara, a viúva do capitão Thomas Sankara, assassinado a 15 de Outubro de 1987, exigiu esta quinta-feira justiça para o seu finado marido, 33 anos após a sua morte num golpe de Estado que instalou Blaise Compaoré no poder.

Bandeira de Burkina Faso

"A data de 15 de Outubro de 1987 desperta sempre recordações dolorosas", escreveu Mariam Sankara numa mensagem, a partir de Montpelier, em França, onde ela vive.

"Percebe-se ainda, 33 anos depois, da pertinência do pensamento do  Presidente Thomas Sankara e das acções realizadas pela Revolução Democrática e Popular”, acrescentou.    

"Desde há alguns dias, a opinião pública interroga-se sobre o estado de avanço deste processo. Eu posso dizer que, neste momento, procedimento judicial está em curso. Muitos suspeitos estão detidos”, garantiu.   

Segundo ainda, Mariam Sankara, foram feitas investigações para a identificação dos corpos e que, após o levantamento do sigilo da defesa pelo Governo francês, foram processadas várias informações.    

“Agora, que a justiça, tão esperada há vários, seja finalmente feita”, desejou.

Várias actividades das quais projecções de filmes e painéis estavam previstas para esta quinta-feira, pelo aniversário do assassinato de Thomas Sankara, num golpe de Estado que instalou no poder o seu irmão de armas, Blaise Compaoré.

O Presidente Roch Marc Christian Kaboré, que deve assistir às actividades comemorativas, recordou quarta-feira à noite numa mensagem que, “neste 15 de Outubro de 2020, comemoramos o 33º aniversário da morte de  Thomas Sankara, pai da Revolução burkinabe de Agosto de 1983”.

"Esta esperança assassinada em 1987 inscreveu-se numa dinâmica de desenvolvimento endógeno do Burkina Faso e de África, levada pelos Burkinabes e pelos Africanos. Nós temos o dever de continuar esta dinâmica, a favor do nosso povo e das gerações futuras”, acrescentou.

Durante a liderança de Blaise Compaoré, o dossiê não evoluiu. A queixa relativa ao caso de Thomas Sankara e seus companheiras foi introduzida em 1997 sob o regime do Presidente Compaoré e registou uma absolvição.

Mas na sequência da insurreição popular que derrubou este último do poder, em Outubro de 2014, a justiça burkinabe fez mover as linhas a começar pela exumação dos corpos e depois testes de DNA.

Blaise Compaoré, acusado neste processo, vive em exílio na Côte d’Ivoire, onde ele obteve a nacionalidade, tornando difícil a sua extradição, apesar dum mandado de captura internacional emitido pelo Burkina Faso contra ele.

Desde Março de 2020, um memorial foi construído para homenagear a memória de Thomas Sankara e dos seus companheiros, em Ouagadougou.ANG/Angop

 

Sem comentários:

Enviar um comentário