Dia Mundial de Alimentação/ACOBES exige governo construção de laboratório de “certificação de qualidade” para produtos alimentares
Bissau, 16 Out 20 (ANG)
- O Presidente da Associação dos
Consumidores de Bens e Serviços( ACOBES) exigiu esta sexta-feira ao governo a construção de um laboratório de certificação de qualidade
para exame de produtos alimentares importados.
Bambo Sanhá que falava em conferência de imprensa alusiva ao Dia Mundial de Alimentação que hoje , 16 de Outubro, se celebra disse que mais de 800 milhões de pessoas dormem sem comer diariamente no mundo e que a Guiné –Bissau não está fora desta situação.
Acrescentou que, diariamente, 20 por cento dos cidadãos guineenses
passam fome .
Sanhá afirmou que o país tem
dois aspectos negativos em termos de alimentação: “primeiro falta de
abastecimento do mercado que é a insegurança alimentar e segundo
a limitação do consumidor no exercício do seu direito de escolha.
Segundo Bambo Sanhá, atualmente os mercados da Guiné-Bissau estão
inundados de produtos importados e as carnes de bovinos abatidos no matadouro
são vendidos nas mesas de madeira que não são desinnfectadas.
Acrescentou que o próprio
vendedor pode estar infectado de alguma doença e que os mercados não têm
condições higiénicas.
Para Bambo tudo isso representa grande perigo para a saúde dos
consumidores, além da falta de
laboratório de controle de qualidade dos produtos alimentares nos mercados.
Bambo Sanhá disse que
existem várias doenças no país derivadas
do consumo dos produtos importados, nomeadamente os congelados de origem duvidosa, que são introduzidos nos
mercados para obtenção de lucros como consequência de má governação de sucessivos governos ao longo de décadas.
Aquele responsável criticou que não foram criaram condições para uma
agricultura mecanizada, não obstante o país reunir todas as condições para ter
uma boa alimentação com água em abundância e bom solo para cultivar.
Criticou que os dirigentes têm gastado mais dinheiro em viagens
para o exterior, perdiens e compras de viaturas de luxo ao invés de investir nas
infraestruturas, na agricultura ou dar atenção a população naquilo que consome.
Sanhá referiu que o
Ministério da Agricultura beneficiou de vários projectos de milhões de dólares mas
que em nada beneficiou a população, frisando
que, os sucessivos governos contrariaram dívidas estimadas em mais de 150 bilhões de francos CFA , aplicados apenas em pagamentos de salários, sem nenhuma infraestrutura construída desde
estradas, escolas e hospitais, o que diz
ser uma situação “extremamente grave”.
Recomenda ao governo a reverter os 15 mil milhões de
francos CFA disponibilizados aos
operadores económicos de cajú mas que não foram utilizados devido as exigências
dos bancos, na compra de equipamentos
agrícolas
para lavoura das bolanhas.
Em relação as pescas, Bambo
Sanha informou que a população não está a beneficiar do pescado no mercado
interno devido ao seu alto custo, acrescentando que não pode comprar um quilograma de peixe no
valor de três mil e quinhentos ou quatro mil francos.
“O país devia possuir a sua frota nacional, é
de conhecimento de todos que muitos barcos foram presos e foram lhes aplicadas coimas mas estes não pagaram. Alguns navios ficaram afundados nos portos sem qualquer
solução quando deviam ser aproveitados para frota pesqueira nacional”, disse.
Questionado sobre a falta de
transporte com que a população se debate actulamente, respondeu que é
lamentável a situação que os alunos estão a enfrentar neste momento,
“porque saem cedo de casa, para pegar toka-toka para irem a escola mas chegam sempre atrasados devido a falta de
transportes”.
Bambo Sanhá disse que em todos os países do mundo o Estado
possui transportes para sua população e que a Guiné-Bissau é o único que não
tem transporte público. ANG/JD/ÂC//SG
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