Nigéria/Pelo menos 15 mortos desde início dos protestos
Bissau, 20 Out 20 (ANG) - Pelo menos 15 pessoas morreram nas manifestações
de jovens contra a violência policial na Nigéria fizeram desde o início dos
protestos, há semana e meia, segundo a Amnistia Internacional (AI), que
assinala o alargamento da contestação a outras reivindicações.
Foram mortas 15 pessoas
até agora, entre as quais dois polícias", disse hoje à agência France
Presse (AFP) Isa Sanusi, porta-voz da AI na Nigéria, num balanço após mais um
fim-de-semana de violências em vários estados do país.
"Uma pessoa foi
morta na cidade de Benim [estado de Edo, sul], outra em Abuja [a capital
federal, centro do país), duas em Osogbo [estado de Osun, sudeste] durante o
fim-de-semana e esta manhã foi morto um homem em Kano [segunda maior cidade
nigeriana, pólo comercial do norte]", precisa a Amnistia.
Milhares de
manifestantes bloqueavam hoje todas as principais estradas de Lagos, a maior
cidade africana, com mais de 20 milhões de habitantes, segundo vários
testemunhos à agência de notícias francesa, presos nos engarrafamentos.
Em Benin City, capital
de Edo, um estado onde a criminalidade é particularmente elevada, centenas de
manifestantes saíram às ruas, onde foram confrontados por grupos de jovens
armados com bastões, que os acusaram de ser pagos por responsáveis políticos
locais.
"No meu bairro
[Upper Sokponda, Benin City], centenas de jovens manifestaram-se e cantaram
'Basta de Buhari' [chefe de Estado nigeriano], já não gritavam contra a SARS
[Special Anti-Robbery Squad]", a controversa divisão da polícia
anti-roubo, no centro da contestação no início dos protestos, disse à AFP
Kelvin Osagie, um jovem com 29 anos.
No passado dia 11, a
Presidência nigeriana ordenou a dissolução imediata desta unidade de polícia de
elite contra os assaltos, após vários dias de protestos contra a brutalidade
dos seus agentes, acusados de assédio, tortura e mesmo assassinato.
"Várias esquadras foram
também atacadas com bombas perto da minha casa", acrescentou.
"Lamentamos os
ataques a edifícios da polícia em Ugbekun, Oba Market e Idogbo por pessoas que
se apresentam como manifestantes #EndSARS", avançou a polícia nigeriana
através da rede social Twitter.
O governador do estado
anunciou um recolher obrigatório de 24 horas a partir do meio-dia de hoje.
"O governo não pode ficar quieto quando bandidos decidem fazer justiça
pelas suas próprias mãos", publicou o seu porta-voz no Twitter.
Pela sua parte, a
Amnistia Internacional lamentou os ataques "de bandos armados contra
manifestantes em Abuja" na segunda-feira de manhã, onde "dezenas de
pessoas ficaram feridas".
A raiva dos jovens
contra a violência policial, que grassa há mais de uma semana no sul do país,
transformou-se num protesto popular, e os cartazes com a palavra de ordem
#EndSARS, a unidade policial acusada de extorsão da população, detenções
ilegais, tortura e até assassinatos, foram substituídos por bandeiras
nigerianas e apelos à demissão de Buhari. ANG/Angop
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