Irão/Governo quer mediação da União Europeia para salvar
acordo nuclear
Bissau, 02 Fev 21 (ANG) – O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros defendeu hoje que a União Europeia assuma um papel de mediação entre o seu país e os Estados Unidos no regresso às negociações sobre o acordo nuclear iraniano.
Em entrevista à CNN
International, o ministro Mohammad Javad Zarif defendeu hoje que o chefe da
diplomacia europeia, Josep Borrell, “coloque o seu chapéu de coordenador
da comissão conjunta” de seguimento do acordo de 2015 e “coreografe as medidas
que devem ser tomadas pelos Estados Unidos e pelo Irão”.
“Pode claramente haver
um mecanismo para sincronizar” o regresso dos dois países ao acordo,
“coordenando o que pode ser feito”, disse ainda o chefe da diplomacia iraniana,
que tem defendido que devem ser os Estados Unidos a dar o primeiro passo para
um regresso às negociações.
O ex-presidente Donald
Trump retirou em 2018 os Estados Unidos do acordo nuclear anteriormente
negociado pela Administração Obama, alegando incumprimento da parte iraniana, e
voltou a impôr sanções ao país.
A decisão foi
veementemente condenada pelo regime iraniano, que até agora não tinha
dado sinais claros da sua disponibilidade para negociar.
O novo secretário de
Estado, Anthony Blinken, nomeou na semana Rob Malley para o cargo de enviado
para o Irão.
O conselheiro de
Segurança Nacional do presidente Joe Biden, Jake Sullivan, disse também na
semana passada que em relação ao Irão as prioridades actuais são voltar a impor
limites ao programa nuclear iraniano e que a nova Administração norte-americana
irá procurar soluções negociadas.
“Acreditamos que, se
conseguirmos voltar a uma diplomacia que ponha o programa nuclear iraniano
dentro de limites, então poderemos criar uma plataforma sob a qual construir um
esforço global”, disse Sullivan, num evento promovido pelo U.S. Institute of
Peace.
O Ministério da Defesa
do Irão anunciou hoje ter testado um novo lançador de satélites equipado com um
motor de combustível sólido “mais poderoso”, indicou a televisão estatal
iraniana.
As imagens da televisão
estatal mostram o foguete lançado de uma área deserta, sem especificar o local
e a data do teste.
Em 2020, os Guardas da
Revolução, o exército ideológico da república islâmica, lançaram o primeiro
satélite militar, baptizado “Nour”, que orbita o planeta Terra a 425
quilómetros de altitude, tendo sido colocado no espaço pelo lançador Qassed
equipado com um sistema de propulsão sólido e líquido semelhante ao ‘Zoljanah’.
Na altura, os Estados
Unidos consideraram que o lançamento do satélite prova que o programa espacial
iraniano é destinado a fins militares e não comerciais.
Teerão mantém que não
tem qualquer intenção de adquirir armas nucleares e tem insistido que as suas
actividades aeroespaciais são pacíficas e em conformidade com uma resolução do
Conselho de Segurança da ONU.ANG/Inforpress/Lusa
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