Novos impostos/Presidente da associação de retalhistas
ameaça paralisar actividades se a CMB insiste em cobrar as novas taxas
camarárias
Bissau,09
Abr. 21(ANG) - O comércio à retalho na Guiné-Bissau poderá ficar paralisado se
a Câmara Municipal de Bissau (CMB) persistir na cobrança de novas taxas, disse
o presidente da associação de retalhistas dos mercados guineenses, Aliu Seidi.Aliu Seidi
Segundo Seidi, a CMB
aumentou "em certos casos até 200% as taxas" e, nos últimos dias,
"está a ameaçar encerrar os estabelecimentos que se recusam a pagar"
as novas cobranças que é feita aos donos das farmácias, proprietários de
pequeno comércio no mercado do Bandim (maior centro do comércio do país) e às
mercearias.
O líder dos comerciantes de
venda à retalho acusou a Câmara Municipal, particularmente, de alegado
desrespeito ao decreto do Governo que proíbe qualquer aumento de preço de venda
ao consumidor aos produtos, devido o
estado de calamidade imposto pela
pandemia do novo coronavírus.
Aliu Seidi disse que
"não haverá diálogo" no dia em que o Estado mandar encerrar algum
estabelecimento comercial de um associado por falta de pagamento das taxas.
"Qualquer loja,
taberna, farmácia ou outro estabelecimento de um pequeno comerciante que for
fechado devido ao não pagamento destas taxas, vamos mandar encerrar todo o
pequeno comércio a nível nacional", disse o dirigente comercial.
"Parece que as pessoas
querem matar o setor privado na Guiné-Bissau", enfatizou Aliu Seidi.
As farmácias ainda não foram
fechadas, mas Neusa Melo, a porta-voz da associação de proprietários de
farmácias disse que se se continuar neste ritmo tarde ou cedo vão acabar por
encerrar as portas, devido às taxas cobradas pelo Estado.
Neusa Melo explicou que nos
últimos dias, as farmácias estão a ser pressionadas pela CMB para o pagamento
de "uma taxa de ocupação do chão", isto é, terreno onde o imóvel está
situado.
A porta-voz da associação
das farmácias na Guiné-Bissau considerou que, por um lado, a classe não devia
pagar aquela taxa, porque os donos dos imóveis já a pagam ao Estado e, diz que
essa taxa subiu de cinco mil francos CFA
(7,62 euros) para cerca de 2,3 milhões de francos CFA (3.506 euros) em cada 90
dias.
"É um valor exorbitante
para quem vende medicamentos. Essas taxas impedem o avanço das nossas
atividades", afirmou Neusa Melo.
O Governo introduziu no
Orçamento Geral do Estado/2021 e iniciou a cobrança dos impostos da democracia,
do audiovisual, imposto à importação de materiais de construção civil, imposto
sobre as telecomunicações e o imposto de saneamento público.
A população tem reclamado
que os novos impostos implicam o aumento de custo de vida e a subida de preço
de bens e serviços no país.ANG/Lusa
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