sexta-feira, 9 de abril de 2021


Novos impostos
/Presidente da associação de retalhistas ameaça paralisar actividades se a CMB insiste em cobrar as novas taxas camarárias

Bissau,09 Abr. 21(ANG) - O comércio à retalho na Guiné-Bissau poderá ficar paralisado se a Câmara Municipal de Bissau (CMB) persistir na cobrança de novas taxas, disse o presidente da associação de retalhistas dos mercados guineenses, Aliu Seidi.

Aliu Seidi

Segundo Seidi, a CMB aumentou "em certos casos até 200% as taxas" e, nos últimos dias, "está a ameaçar encerrar os estabelecimentos que se recusam a pagar" as novas cobranças que é feita aos donos das farmácias, proprietários de pequeno comércio no mercado do Bandim (maior centro do comércio do país) e às mercearias.

O líder dos comerciantes de venda à retalho acusou a Câmara Municipal, particularmente, de alegado desrespeito ao decreto do Governo que proíbe qualquer aumento de preço de venda ao consumidor  aos produtos, devido o estado de calamidade imposto  pela pandemia do novo coronavírus.

Aliu Seidi disse que "não haverá diálogo" no dia em que o Estado mandar encerrar algum estabelecimento comercial de um associado por falta de pagamento das taxas.

"Qualquer loja, taberna, farmácia ou outro estabelecimento de um pequeno comerciante que for fechado devido ao não pagamento destas taxas, vamos mandar encerrar todo o pequeno comércio a nível nacional", disse o dirigente comercial.

"Parece que as pessoas querem matar o setor privado na Guiné-Bissau", enfatizou Aliu Seidi.

As farmácias ainda não foram fechadas, mas Neusa Melo, a porta-voz da associação de proprietários de farmácias disse que se se continuar neste ritmo tarde ou cedo vão acabar por encerrar as portas, devido às taxas cobradas pelo Estado.

Neusa Melo explicou que nos últimos dias, as farmácias estão a ser pressionadas pela CMB para o pagamento de "uma taxa de ocupação do chão", isto é, terreno onde o imóvel está situado.

A porta-voz da associação das farmácias na Guiné-Bissau considerou que, por um lado, a classe não devia pagar aquela taxa, porque os donos dos imóveis já a pagam ao Estado e, diz que essa taxa  subiu de cinco mil francos CFA (7,62 euros) para cerca de 2,3 milhões de francos CFA (3.506 euros) em cada 90 dias.

"É um valor exorbitante para quem vende medicamentos. Essas taxas impedem o avanço das nossas atividades", afirmou Neusa Melo.

O Governo introduziu no Orçamento Geral do Estado/2021 e iniciou a cobrança dos impostos da democracia, do audiovisual, imposto à importação de materiais de construção civil, imposto sobre as telecomunicações e o imposto de saneamento público.

A população tem reclamado que os novos impostos implicam o aumento de custo de vida e a subida de preço de bens e serviços no país.ANG/Lusa

 

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