Política/Suzi Barbosa considera irrelevante decisão de sua expulsão do PAIGC
Bissau,
03 Dez 21 (ANG) - A ministra de Estado dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação e das
Comunidades, disse quinta-feira que para si é "irrelevante" a decisão
do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de a
suspender durante cinco anos.
A chefe da diplomacia
guineense falava no aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, proveniente de Dacar,
Senegal, onde participou no Fórum sobre Cooperação China-África (Focac).
"O que importa para mim
enquanto guineense é servir a Guiné-Bissau, servir os guineenses, não um
partido político, sirvo à bandeira da Guiné-Bissau, mas não às cores de um
partido", salientou a ministra.
O acórdão do conselho
nacional de jurisdição e fiscalização do PAIGC, divulgado à imprensa, considera
como "provado" que Suzi Barbosa "coadjuvou o autoproclamado
Presidente no seu reconhecimento internacional", quando ainda decorria um
contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, e que a atual ministra
"acusou o partido de ser apegado ao poder, de corromper os juízes do Supremo
Tribunal de Justiça, e de falta de honestidade no que se refere aos resultados
eleitorais".
O
acórdão considera também como provado que Suzi Barbosa "acusou o candidato
presidencial do partido de ter conhecimento da perda de eleições" e
"abandonou o Governo sem justificações ao partido e participou em outro
sem anuência dos órgãos" do PAIGC.
Para o conselho nacional de
jurisdição e fiscalização, Suzi Barbosa "demonstrou o seu desinteresse em cumprir com as regras do PAIGC,
pois afirmou que antes de ser membro do PAIGC é guineense".
O acórdão refere também que
a ministra foi chamada "para
ser interpelada sobre as suas atitudes em relação ao partido e não respondeu e
nem compareceu às inúmeras convocatórias, que lhe foram dirigidas".
No que refere a sua
participação no Fórum sobre Cooperação China-África (Focac), que
decorreu em Dakar(Senegal), a chefe da diplomacia guineense afirma que teve a
sorte de ser recebida pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, isto no
meio de cinquenta e poucos países, é uma honra.
“Estou feliz por estar a fazer o papel do diplomata do
país. Conseguimos mais projetos para o país, sobretudo no capítulo da
infraestrutura. A China também prometeu-nos apoios para os nossos hospitais”,
disse Suzi interpelada pelos jornalistas.
Suzi Barbosa ocupava funções
de ministra dos Negócios Estrangeiros no Governo liderado pelo PAIGC, em 2019,
após ter vencido as eleições legislativas.
Após a realização de
eleições presidenciais, no mesmo ano, o candidato do PAIGC, Domingos Simões
Pereira, foi dado como derrotado pela Comissão Nacional de Eleições e interpôs
um recurso de contencioso eleitoral.
O candidato dado como
vencedor, Umaro Sissoco Embaló, atual chefe de Estado, decidiu assumir o poder
sem esperar pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça, e demitiu o Governo do
PAIGC, liderado por Aristides Gomes.
Na altura, Suzi Barbosa
acompanhou Umaro Sissoco Embaló em viagens internacionais, tendo sido depois
nomeada chefe da diplomacia guineense pelo atual Presidente. ANG/Lusa
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