sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Política/Suzi Barbosa considera irrelevante decisão de sua expulsão do PAIGC

Bissau, 03 Dez 21 (ANG) - A ministra de Estado dos  Negócios Estrangeiros, da Cooperação e das Comunidades, disse quinta-feira que para si é "irrelevante" a decisão do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de a suspender durante cinco anos.

"O que quero dizer é que é uma decisão que para mim é irrelevante, aliás, a prova disso é que eu é que praticamente  suspendi a minha militância no PAIGC por não me identificar com a atual direção", afirmou Suzi Barbosa em reação a decisão de sua suspensão do seu partido, PAIGC, por aleagada violação das orientações partidárias.

A chefe da diplomacia guineense falava no aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, proveniente de Dacar, Senegal, onde participou no Fórum sobre Cooperação China-África (Focac).

"O que importa para mim enquanto guineense é servir a Guiné-Bissau, servir os guineenses, não um partido político, sirvo à bandeira da Guiné-Bissau, mas não às cores de um partido", salientou a ministra.

O acórdão do conselho nacional de jurisdição e fiscalização do PAIGC, divulgado à imprensa, considera como "provado" que Suzi Barbosa "coadjuvou o autoproclamado Presidente no seu reconhecimento internacional", quando ainda decorria um contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, e que a atual ministra "acusou o partido de ser apegado ao poder, de corromper os juízes do Supremo Tribunal de Justiça, e de falta de honestidade no que se refere aos resultados eleitorais".

O acórdão considera também como provado que Suzi Barbosa "acusou o candidato presidencial do partido de ter conhecimento da perda de eleições" e "abandonou o Governo sem justificações ao partido e participou em outro sem anuência dos órgãos" do PAIGC.

Para o conselho nacional de jurisdição e fiscalização, Suzi Barbosa "demonstrou o seu desinteresse em cumprir com as regras do PAIGC, pois afirmou que antes de ser membro do PAIGC é guineense".

O acórdão refere também que a ministra foi chamada "para ser interpelada sobre as suas atitudes em relação ao partido e não respondeu e nem compareceu às inúmeras convocatórias, que lhe foram dirigidas".

No que refere a sua participação no Fórum sobre Cooperação China-África (Focac), que decorreu em Dakar(Senegal), a chefe da diplomacia guineense afirma que teve a sorte de ser recebida pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, isto no meio de cinquenta e poucos países, é uma honra.

“Estou feliz por estar a fazer o papel do diplomata do país. Conseguimos mais projetos para o país, sobretudo no capítulo da infraestrutura. A China também prometeu-nos apoios para os nossos hospitais”, disse Suzi interpelada pelos jornalistas.


Suzi Barbosa ocupava funções de ministra dos Negócios Estrangeiros no Governo liderado pelo PAIGC, em 2019, após ter vencido as eleições legislativas.

Após a realização de eleições presidenciais, no mesmo ano, o candidato do PAIGC, Domingos Simões Pereira, foi dado como derrotado pela Comissão Nacional de Eleições e interpôs um recurso de contencioso eleitoral.

O candidato dado como vencedor, Umaro Sissoco Embaló, atual chefe de Estado, decidiu assumir o poder sem esperar pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça, e demitiu o Governo do PAIGC, liderado por Aristides Gomes.

Na altura, Suzi Barbosa acompanhou Umaro Sissoco Embaló em viagens internacionais, tendo sido depois nomeada chefe da diplomacia guineense pelo atual Presidente. ANG/Lusa

 

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