quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

            França/Christiane Taubira vence primária popular da esquerda

Bissau, 01 Jan 22(ANG) - Christiane Taubira, ex-ministra da Justiça de França, venceu as eleições populares primárias da esquerda, cujo  resultado foi conhecido no domingo.

Dos 467 mil eleitores inscritos, apenas 392 mil pessoas exerceram o seu direito de voto e acabaram por dar a vitória à antiga ministra da Justiça francesa, Christiane Taubira, que oficializou recentemente a sua candidatura às eleições presidenciais.

Nesta eleição primária popular da esquerda, o candidato ecologista Yannick Jadot ficou em segundo lugar, seguido por Jean Luc Melenchon, candidato da França Insubmissa.

Por seu turno, a Presidente da Câmara de Paris e candidata oficial dos socialistas, Anne Hidalgo, foi a quinta mais votada.

Christiane Taubira mostrou-se feliz com este resultado e apelou à união da esquerda e prometeu que iria contactar os demais candidatos, referindo que "todos eles têm legitimidade no respectivo lugar".

Apesar destas palavras, os restantes candidatos de esquerda não viram com bons olhos esta vitória e salientaram que Taubira é apenas "mais uma candidata".

Sem se deixar afectar por estas opiniões, a ex-ministra deixou bem claro quais são as suas prioridades futuras, numa entrevista concedida na manhã desta segunda-feira à France Info.

"Eu sou uma candidata a mais para aqueles que consideram que um processo democrático não vale rigorosamente  nada, que o meio milhão de pessoas que se inscreveram e votaram não valem rigorosamente nada porque há eleitores de todas as sensibilidades políticas", começou por dizer, em entrevista à estação de rádio.

A ex-ministra tornou-se a sétima candidata de esquerda às eleições presidenciais. Na corrida estão ainda Nathalie Arthaud, Anne Hidalgo, Yannick Jadot, Jean-Luc Mélenchon, Fabien Roussel e Philippe Poutou, de quem Christiane Taubira aproveitou para falar durante a sua passagem pela France Info.

"A questão não é saber se me dou bem com outros candidatos. A questão é antes de mais  responder ao problema do poder de compra de milhões e milhões de franceses. A questão é assegurarmo-nos de que existe serviço público em todo o território. A questão é acompanhar as profissões ligadas ao ensino e à saúde", referiu ainda.

Depois, disse ainda ser importante acabar com as condições precárias de vários estudantes em França e falou sobre os crimes contra as mulheres.

"É (necessário) acabar com a vergonha das filas de estudantes à procura de comida. É necessária uma luta efectiva contra o feminicídio, contra a violência sexista e passar à transição ecológica de todas as nossas actividades económicas e orientar a pesquisa para que possamos ter boas pistas", disse, não esquecendo também o importante papel da cultura.

"É necessário reabilitar a cultura para que esta possa crescer, bem como a consciência da nossa identidade, a nossa consciência da nossa singularidade e daquilo que estamos a fazer, é disto que se trata", salientou ainda.

Por fim, voltou a falar sobre os seus colegas de esquerda e repudiou as críticas que lhe foram feitas. "Quando as pessoas estão em má postura, como é o caso, não posso passar o meu tempo a ver se as outras pessoas estão de mau humor", rematou.

De referir que, de acordo com as sondagens mais recentes, a esquerda não conseguirá apurar nenhum candidato para uma eventual segunda volta nas presidenciais de Abril. ANG/RFI

 

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