Caso Agnelo Regala/Organizações
da Sociedade Civil exigem extinção da “milícia palaciana” e fim à violência
contra opositores políticos
Bissau, 10 Mai 22
(ANG) – O Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil da
Guiné-Bissau exigem a extinção do que chamam de “milícia palaciana” e consequente cessação
imediata de “atos de violência gratuita” contra opositores politicos.
A exigência das
Organizações do Espaço de Concertação vem expressa no manifesto da organização publicado, segunda-feira, durante a vigilia realizada
em frente à Casa dos Direitos, em Bissau,
pelos seus respectivos membros.
A vigilia, conforme o
documento, decorreu sob o lema: Pela Democracia, Paz e Consolidação de Estado de
Direto na Guiné-Bissau- unidos pela emergência nacional e representa o repúdio
à actos de violência contra a integridade física de cidadãos.
O manifesto das
organizações da sociedade civil guineense surge na sequência da tentativa de
assassínio do deputado e lider do partido União para a Mudança, Agnelo Augusto
Regala,ocorrida sábado(07) a noite, em Bissau, cujos autores ainda não foram
identificados.
No manifesto, as
Organizações da Sociedade Civil condenam sem reservas todos os atos de violência
contra a vida dos cidadãos e exigem a identificação imediata e consequente
responsabilização criminal de todos os membros do esquadrão de espancamento e
de terror no país.
De acordo com o
documento, estas organizações pedem a demissão imediata do ministro do Interior
eda Ordem Pública, Botche Candé, alegadamente por “manisfesta incapacidade de
criar condições efectivas de segurança aos cidadãos nacionais e estrangeiros”,
e responsabilizam o governo pelo contexto de insegurança generalizada que se
vive no país.
“Exigimos ao governo
a assumção integral das suas responsabilidades institucionais, assegurando condições de segurança à todos os cidadãos nacionais e estrangeiros`, lê-se no
documento.
A nota exorta o
governo e as autoridades militares o cumprimento rigoroso das decisões judiciais
relativas a libertação de alguns
detidos.
Manifestaram a sua
profunda estranheza pelo “silêncio quase cúmplice” da comunidade internacional
nomeadamente, as Nações Unidas, a União Africana, União Europeia e a CEDEAO,
perante os “sistemáticos atropelos sem precedentes dos direitos humanos e
valores universais da democracia e do Estado
de direito no país”.
No documento, estas organizações exigem o fim imediato de ameaças
e intimidações contra os ativistas das organizações da sociedade civil,
opositores politicos e demais vozes.
O manifesto refere
que o país registou avanços com a adopção da democracia multipartidária, num
esforço conjunto dos atores não estatais, da comunidade internacional e das
instituições públicas, nas últimas
décadas, mas que estão a ser ameaçadas pela instalação do regime político
vigente,”cuja a estratégia principal se circunscreve na aniquilação de vozes
dissonantes para instalar um regime totalitário”.
A sociedade civil
guineense salienta no manifesto que a desconstrução gradual do Estado de
direito vem ganhando proporções alarmantes com a instalação de “milícias
armadas” , com beneplácito das forças da defesa e segurança , a fim de perpetuar a violência.
“Esta estratégia
antidemocratica visa semear o terror com
o propósito de encobrir a manifesta incompetência governativa e a corrupção generalizada
na administração pública”, diz a Sociedade Civil.
ANG/LPG/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário