Dia internacional da criança/"Os efeitos da covid-19 deixaram mais exposta a fragilidade do sistema político
face a situação das crianças", diz Miguel de Barros
Bissau,
01 Jun 22 ANG – O sociológo Miguel de Barros disse hoje que com os efeitos da Covid-19,
a capacidade de resposta nacional face à situação das crianças na Guiné-Bissau ficou
mais exposta à fragilidade do sistema
político instituicional e a
insuficiência dos serviços públicos, contribuindo para que as condições das
crianças sejam uma mera sobrevivência.
Numa crónica à RDP-África alusiva ao Dia Internacional
da criança, que hoje se assinala, Barros sustenta que o país continua a ter maior índice da
mortalidade de crianças menores de cinco anos de idade, com lacunas gritantes
em termos de estratégias de assistência à saúde materna e reprodutiva.
Em
relação à nutrição, assegurou que as crianças guineenses estão confrontadas com
a incapacidade da família de promover
uma adequada alimentação, devido as fragilidades económicas.
A
ausência de macanismos de proteção social, segundo o Sociólogo, muitas das
vezes leva ao abandono ou a exposição aos maus tratos e outros riscos
nigligenciados sem proteção, num país
onde mais de 30 por cento de crianças em idade escolar são deixadas fora do
sistema educativo.
Para Miguel de Barros, o desenvolvimento infantil associado à segurança no
processo de crescimento através da adoção de atitudes que concorram para uma
vivência em ambiente saudável, feliz e sustentável constituí uma das maiores
premissas das intervenções dos autores estatais, da sociedade civil e autores
externos.
"A
descontinuidade das instituições do Estado, aussência do compromisso com Orçamento
do Estado engajados em metas objetivamente definidas, a concentração da
resposta nas estruturas burrocráticas e o seu caráter centralizado na cidade, a
inoculação dos modelos com fraca conexão com realidade das comunidades locais
e a descoordenação das respostas da entidades, contribuem para que os impactos
das intervenções sejam cada vez mais fracas e sem possibilidades de mudar os elementos estruturais das condições da infância
na Guiné-Bissau”, referiu
Miguel
de Barros realçou que, hoje, para a melhoria da situação das crianças, o grande
desafio é o investimento estruturalmente impactante a longo prazo, sobretudo no
setor da educação.
"O
investimento na proteção da infância é um imperativo que deve merecer
compromisso engajado ao nível inter geracional assente no investimento público
e setores sociais como a saúde, educação
e a segurança social”, disse Miguel de Barros. ANG/MI/ÂC//SG
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