quarta-feira, 1 de junho de 2022


Dia internacional da criança
/"Os efeitos da covid-19 deixaram  mais exposta a fragilidade do sistema político face a situação das crianças", diz Miguel de Barros

Bissau, 01 Jun 22 ANG – O sociológo Miguel de Barros disse hoje que com os efeitos da Covid-19, a capacidade de resposta nacional face à situação das crianças na Guiné-Bissau ficou  mais exposta à fragilidade do sistema político instituicional  e a insuficiência dos serviços públicos, contribuindo para que as condições das crianças sejam uma mera sobrevivência.

Numa  crónica à RDP-África alusiva ao Dia Internacional da criança, que hoje se assinala, Barros sustenta  que o país continua a ter maior índice da mortalidade de crianças menores de cinco anos de idade, com lacunas gritantes em termos de estratégias de assistência à saúde materna e reprodutiva.

Em relação à nutrição, assegurou que as crianças guineenses estão confrontadas com a incapacidade da família   de promover uma adequada alimentação, devido as fragilidades económicas.

A ausência de macanismos de proteção social, segundo o Sociólogo, muitas das vezes leva ao abandono ou a exposição aos maus tratos e outros riscos nigligenciados sem proteção,  num país onde mais de 30 por cento de crianças em idade escolar são deixadas fora do sistema educativo.

Para Miguel de Barros, o desenvolvimento infantil associado à segurança no processo de crescimento através da adoção de atitudes que concorram para uma vivência em ambiente saudável, feliz e sustentável constituí uma das maiores premissas das intervenções dos autores estatais, da sociedade civil e autores externos.

"A descontinuidade das instituições do Estado, aussência do compromisso com Orçamento do Estado engajados em metas objetivamente definidas, a concentração da resposta nas estruturas burrocráticas e o seu caráter centralizado na cidade, a inoculação dos modelos com fraca conexão com realidade das comunidades locais e a descoordenação das respostas da entidades, contribuem para que os impactos das intervenções sejam cada vez mais fracas e sem possibilidades de mudar  os elementos estruturais das condições da infância na Guiné-Bissau”, referiu

Miguel de Barros realçou que, hoje, para a melhoria da situação das crianças, o grande desafio é o investimento estruturalmente impactante a longo prazo, sobretudo no setor da educação.

"O investimento na proteção da infância é um imperativo que deve merecer compromisso engajado ao nível inter geracional assente no investimento público e setores sociais como a saúde, educação  e a segurança social”, disse Miguel de Barros. ANG/MI/ÂC//SG     

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