Guerra na Ucrânia/Rússia avisa EUA para risco de confronto militar entre os dois países
Bissau,
01 Jun 22 (ANG)– O Governo russo avisou hoje que a entre
ga das novas armas
norte-americanas às forças ucranianas “reforça o risco” de um confronto militar
entre a Rússia e os Estados Unidos.
“Qualquer
entrega de armas que continue, que aumente, reforça o risco de tal desenvolvimento”,
disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo Serguei Ryabkov à agência
RIA-Novosti, citado pela agência francesa AFP.
Riabkov
respondia a uma pergunta sobre a possibilidade de um confronto armado entre a
Rússia e os EUA após o anúncio de novas entregas de armas a Kiev.
O
diplomata disse que os apoios dos EUA aos ucranianos visam infligir uma derrota
estratégica à Rússia.
“Isto
é sem precedentes e perigoso”, avisou o diplomata.
Os
EUA anunciaram, na terça-feira, o fornecimento à Ucrânia de sistemas de
lançamento de foguetes (‘rockets’) montados em veículos blindados ligeiros,
conhecidos pela sigla HIMARS, de ‘High Mobility Artillery Rocket System´.
Estes
sistemas têm um alcance de cerca de 80 quilómetros e representam um reforço
significativo das capacidades das forças ucranianas, que têm recebido sistemas
com um alcance de 40 quilómetros.
O
equipamento faz parte de um novo pacote mais amplo de assistência militar dos
EUA à Ucrânia no valor total de 700 milhões de dólares (653 milhões de euros,
ao câmbio actual), cujos pormenores deverão ser anunciados hoje.
Desde
o início da guerra, que entrou hoje no 98.º dia, o Presidente dos Estados
Unidos, Joe Biden, tem recusado fornecer à Ucrânia sistemas de lançamento de
foguetes de longo alcance capazes de atingir a Rússia, apesar de Kiev ter
pedido esse tipo de armas.
Com o
novo armamento, as forças ucranianas poderão “atingir com maior precisão
alvos-chave no campo de batalha na Ucrânia”, disse Biden, num artigo que
assinou no jornal New York Times, na terça-feira.
“Não
estamos a encorajar a Ucrânia e não estamos a dar à Ucrânia meios para atacar
fora das suas fronteiras”, acrescentou.
No
mesmo artigo, Biden referiu que os EUA não pretendem que a NATO entre em guerra
com a Rússia, nem o afastamento do Presidente russo, Vladimir Putin.
“Enquanto
os Estados Unidos ou os nossos aliados não forem atacados, não estaremos
directamente envolvidos neste conflito, quer enviando tropas norte-americanas
para combater na Ucrânia, quer atacando as forças russas”, assegurou.
Segundo
Biden, os EUA não estão a “encorajar ou a permitir que a Ucrânia ataque para
além das suas fronteiras”, nem pretendem prolongar a guerra “apenas para
infligir dor à Rússia”.
“O
objectivo da América é simples: Queremos ver uma Ucrânia democrática,
independente, soberana e próspera com os meios para se dissuadir e defender
contra novas agressões”, acrescentou.
A
generalidade da comunidade internacional condenou a invasão da Ucrânia, lançada
pela Rússia em 24 de Fevereiro.
Vários
países e organizações, como a União Europeia, têm imposto sanções a Moscovo e
fornecido armamento às forças ucranianas.
ANG/Inforpress/Lusa
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