Ambiente/UA precisa de mobilizar 75 milhões de USD para sistema de alerta precoce em África
Bissau, 09 Nov 22 (ANG)
- A Comissária da União Africana (UA)
para Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável,
Josefa Correia Sacko, considerou em Sharm el Sheikh, Egipto, ser um imperativo
o reforço da cooperação internacional para a implementação do programa de
redução de riscos de desastres (AMHEWAS).
A diplomata africana, que falava durante um evento paralelo à
Conferência das Partes das Nações Unidas (COP 27), no pavilhão de África,
avançou que este imperativo surge da necessidade de se proteger o
desenvolvimento e salvaguardar a realização da Agenda 2063, que
tem como tema: A África que desejamos.
Adiantou que a implementação do programa é fundamental para a
redução significativa das perdas resultantes de perigos relacionados com o
clima, a migração forçada e a assistência humanitária.
Fez saber que o número de pessoas a morrer devido a catástrofes
causadas por perigos naturais aumentou para trinta e seis milhões em
2017-2018 e as perdas económicas resultantes de catástrofes andam à volta de
oito mil milhões de dólares, no mesmo período.
De acordo com a comissária, o aumento das perdas provocadas por
catástrofes climáticas deve-se principalmente, em parte, a um investimento
inadequado em sistemas de alerta precoce multi-perigosos, um mecanismo que
poderia reduzir os risco de ocorrência ou minimizar o impacto dos
perigos.
“Juntam-se a este quadro, a comunicação do risco num continente
onde as clivagens digitais são amplas, incapacidade para se detectar, analisar,
monitorizar e prever perigos múltiplos em muitos países africanos, o que cria
uma lacuna de informação e incerteza para os decisores”, sustentou.
Disse que o actual estado dos sistemas de alerta precoce em
África enfrenta grandes desafios.
E, acrescentou, para se responder a esses desafios, a
União Africana desenvolveu o Programa Africano de Alerta Precoce e Sistema de
Acção Precoce (AMHEWAS) que está a ser implementada através do apoio do Governo
de Itália e do Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres
(UNDRR), tendo a primeira fase consumido mais de cinco mil milhões de dólares .
“Para a fase seguinte, é necessária a mobilização de cerca
de 75 milhões de USD urgentemente, visto que as catástrofes continuam a ocorrer
em todo o continente ”, salientou.
A primeira fase do programa começou em 2019 e resultou na
criação da sala de situação continental da AMHEWAS, na sede da UA em Adis
Abeba. Uma sala de operação de catástrofes (IGAD), em Nairobi, e outra de
aconselhamento sobre o clima do (ACMAD) no Niamey, Níger.
Este sistema de abordagem colaborativa, e em rede, vai assegurar
que a informação sobre riscos de catástrofes esteja disponível e acessível a
diferentes utilizadores, com os quais se obterão retornos para assegurar que a
informação relevante chegue às pessoas.
O AMHEWAS fornecerá a orientação de uma plataforma de apoio de coordenação para reforçar as capacidades técnicas, logísticas e financeiras, bem como de outras importantes acções que precisam de ser criadas para uma preparação de resposta e recuperação eficazes em caso de catástrofes.
ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário