Cabo Verde/Colóquio Internacional em Dacar marca 50 anos do desaparecimento de Amílcar Cabral
Bissau, 19 Jan 23 (ANG) – Um colóquio internacional a acontecer em Dacar, de 19 a 21 deste mês, com participação de universitários, pesquisadores e demais intelectuais de dez países, inclusive Cabo Verde, vai marcar os 50 do desaparecimento físico de Amílcar Cabral.
Sob o
tema “Amílcar Cabral 50 anos depois”, de acordo com uma nota da Fundação
Amílcar Cabral, o evento vai acontecer na Universidade Assane Seck de
Ziguinchor nos dias 19, 20 e 21 deste mês.
“Os
50 anos do desaparecimento de Amílcar Cabral não podem ficar no esquecimento.
Com efeito, um colóquio internacional comemora este evento”, refere a
organização que acrescenta que a chamada de comunicações, lançada desde o mês
de Junho de 2022, suscitou um grande interesse por parte dos universitários,
pesquisadores e outros intelectuais.
O
encontro é organizado conjuntamente pelos laboratórios de pesquisa da
Universidade Cheikh Anta Diop de Dacar, da Universidade Assane Seck de
Zinguinchor da Universidade Amadou Matar Mbow (UAM) e da Associação senegalesa
de Filosofia.
Estão
previstas 46 comunicações para fazer “renascer as diversas facetas desta
figura histórica”, acrescenta a mesma fonte, sublinhando que isso não é uma
surpresa, uma vez que “se sabe que Amílcar Cabral continua inspirando vários
africanos e que o percebem como um político exemplar que conseguiu aliar a
teoria e a prática”.
Para
a organização, esta herança tem que ver com sua visão de uma África
libertada que se baseava em alguns postulados essenciais como o respeito pela
dignidade do homem negro, o papel importante da juventude no desenvolvimento do
continente, o lugar decisivo das mulheres na estratégia de desenvolvimento dos
países libertados do jugo colonial e a cultura como pilar da obra de
reconstrução nacional.
Espera-se
que, com a participação de dez países, de entre os quais os Estados Unidos,
Canadá, França, Nigéria, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Gâmbia e Senegal, os
universitários, pesquisadores e outros intelectuais terão como meta conseguir
realizar um bom evento.
Cabo
Verde será representado presencialmente pelos oradores Fabio Gomes,
Investigador, Ana Mafalda Moreira, do Arquivo Nacional (IANCV) e Graciano
Nascimento da Universidade do Mindelo.
No
arquipélago várias actividades culturais e recreativas estão programadas
para assinalar a efeméride promovida por diferentes instituições, sendo
que a cerimónia central comemorativa do cinquentenário da morte de Cabral será
presidida pelo Presidente da República, na praça central de Assomada, a convite
da Fundação Amílcar Cabral, no dia 20 de Janeiro.
Amílcar
Cabral nasceu em 12 de Setembro de 1924 em Bafatá, Guiné-Bissau, filho dos
cabo-verdianos Juvenal Cabral e Iva Pinhel Évora. Cabral foi poeta, agrónomo, e
“pai” da independência conjunta de Cabo Verde a 5 Julho de 1975 e Guiné-Bissau
oficialmente a 10 Setembro de 1974.
Em 20
de Janeiro de 1973, o fundador do Partido Africano para a Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC), foi assassinado na Guiné-Conacri, a oito meses da
declaração de forma unilateral, da independência da Guiné-Bissau.
ANG/Inforpress
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