República da Guiné/Encarregado de Negócios da Guiné-Bissau pede museu Amílcar Cabral para Embaixada em Conacri
Bissau, 19 Jan
23 (ANG) - O encarregado de negócios da embaixada da Guiné-Bissau na
Guiné-Conacri, Rosi Cancola, defende que se deve transformar o espaço num
museu.
A actual
embaixada foi residência de Amílcar Cabral e secretariado-geral do PAIGC nos
anos da luta pela independência.
Esta
sexta-feira, são os 50 anos do assassínio de Amílcar Cabral.
“Aqui
é a nossa casa da independência e vamos tentar ver se o Governo pode arranjar
meios financeiros para tornar isto um museu nacional da Guiné-Bissau para que
toda a gente venha conhecer a história de Amílcar Cabral, a história da luta
armada de libertação e os seus combatentes. Creio que o Governo terá de fazer
um esforço para isso”, afirmou, à
agência Lusa, Rosi Cancola, encarregado
de Negócios da embaixada da Guiné-Bissau em Conacri.
Amílcar Cabral foi morto a 20 de Janeiro
de 1973 junto à sua residência, onde funcionava o secretariado-geral do PAIGC,
que é hoje a embaixada da Guiné-Bissau em Conacri. As antigas residências de
Amílcar Cabral e Aristides Pereira (antigo Presidente de Cabo Verde), em
Minière, na comuna de Dixinn, integram a representação diplomática da
Guiné-Bissau.
Foi ali que Amílcar Cabral conduziu a luta
contra a ocupação portuguesa da Guiné-Bissau e Cabo Verde e foi ali que morreu,
assassinado, há 50 anos, em circunstâncias ainda por esclarecer. Sabe-se,
apenas, que o primeiro tiro foi disparado por Inocêncio Cani, chefe da
marinha do PAIGC. Há teorias que atribuem, embora sem provas formais,
a autoria do assassínio à DGS, Direcção Geral de Segurança de Portugal
(que sucedeu à PIDE, a polícia política do regime autoritário do Estado Novo).
“Isto aqui é o nosso património, a nossa ideia e o nosso pilar da
independência”, declara Rosi Cancola.
No local, é também possível visitar a casa
onde Amílcar Cabral vivia, juntamente com a mulher e a filha, e ver o
Volkswagen “Carocha” que conduzia. Na casa, ainda estão antigos aparelhos de
telecomunicações e, no jardim, está a alegada primeira arma que o PAIGC terá
utilizado para disparar contra os portugueses.
Uma estrela no chão com uma estátua de
Amílcar Cabral ao centro marca o local onde o líder independentista morreu
baleado.
Filho do cabo-verdiano Juvenal Cabral e da
guineense Iva Pinhel Évora, Amílcar Cabral nasceu na Guiné-Bissau em 12 de
Setembro de 1924, partiu com a família para Cabo Verde com oito anos. Foi
fundador do PAIGC, líder dos movimentos independentistas na Guiné-Bissau e Cabo
Verde, e foi assassinado em 20 de Janeiro de 1973, em Conacri, aos 49 anos.
Amílcar Cabral é um dos ícones da luta anticolonial em África e considerado o pai das nações guineense e cabo-verdiana. ANG/RFI
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