Israel/ Khader Adnane, primeiro detido palestiniano a morrer de greve de fome
Bissau, 03 Mai 23 (ANG) - Khader Adnane, alto dirigente da organização Jihad Islâmico, faleceu terça-feira depois de 80 dias de greve da fome numa prisão israelita, anunciaram as autoridades do estado Hebreu.
Pouco depois
desta que foi a primeira morte de um preso palestiniano por greve de fome,
foram efectuados tiros de roquetes a partir da faixa de Gaza para Israel. Os
tiros não foram reivindicados para já.
De acordo com as autoridades
penitenciárias, Khader Adnane, 45 anos, foi encontrado esta madrugada "inconsciente na
sua cela" e foi transportado para o hospital. A
morte do activista segue-se a 80 dias de greve da fome encetada logo após a sua
detenção a 5 de Fevereiro, a administração da prisão alegando que ele "recusava passar
exames médicos e receber tratamento".
Já várias vezes detido no passado, Khader
Adnane já tinha também efectuado outras greves da fome, tendo granjeado
visibilidade ao longo do tempo junto da população palestiniana.
Reagindo à sua morte, o ramo israelita da
organização 'Physicians for human rights' referiu ter recentemente apelado à
sua hospitalização "imediata", afirmando que a sua
vida estava em perigo. De acordo com uma fonte israelita, o activista indiciado
pelo seu envolvimento no Jihad Islâmico e por incitação ao ódio, tinha visto o
seu pedido de libertação ser recusado pela justiça militar.
O chefe do governo palestiniano acusou
Israel de ter "assassinado" Khader Adnane "rejeitando
os seus apelos para a sua libertação, negligenciando-o e mantendo-o na sua
cela, apesar da gravidade do seu estado de saúde".
Também indignado, o Jihad Islâmico,
movimento palestiniano considerado "terrorista" por
Israel, os Estados Unidos e a União Europeia, afirmou que Israel iria "pagar o
preço deste crime".
Em conferência de imprensa, a esposa do
activista declarou que a sua morte era motivo de "orgulho" e
lançou um apelo para que não seja seguida de violência. "Não queremos
que nem uma gota de sangue seja derramada, não queremos que alguém responda ao
martírio do Sheik (Adnane), não queremos que alguém lance tiros de roquetes e
depois ataque Gaza", disse.
Este apelo contudo não foi ouvido. Ao
amanhecer, três roquetes e um morteiro foram disparados de Gaza contra Israel,
sem causar vítimas, indicou o exército israelita. Esta manhã também, de acordo
com jornalistas no local, comerciantes palestinianos da Cisjordânia ocupada
mantiveram os seus estabelecimentos encerrados, em resposta a um apelo à greve
geral.ANG/RFI
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