EUA/Banco Mundial defende que setor privado tem que ter um "papel significativo" no financiamento climático
Bissau, 03 Jul 23 (ANG) - O Presidente do Banco Mundial defendeu que o
setor privado tem de ter um "papel significativo" no combate às
consequências das alterações climáticas e à pobreza, vincando que a escala dos
desafios para os governos é enorme.
"Os governos, as
instituições multilaterais e o setor da filantropia não são suficientes para
fazermos um progresso adequado rumo aos objetivos climáticos e da pobreza nos
mercados emergentes e nos países em desenvolvimento", disse Ajay Banga.
“A escala dos nossos
desafios requer que o setor privado desempenhe um papel significativo, ao lado
do Banco Mundial e de outras instituições de desenvolvimento",
acrescentou.
As declarações do novo
presidente do Banco Mundial surgem depois de uma reunião, esta semana, de
várias instituições multilaterais financeiras, entre as quais participaram a
diretora-executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente
designado da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP) 28
e o enviado especial das Nações Unidas para o Clima.
"Durante anos,
tentámos (mas ficámos aquém) mobilizar investimento privado significativo
nestes mercados", admitiu o novo líder do maior banco multilateral do
mundo, acrescentando que "dada a urgência e a escala” dos “desafios
interligados” tem de se “tentar novas abordagens".
O envolvimento do setor
privado no financiamento de projetos transformadores que consigam implementar
medidas de mitigação das alterações climáticas e potenciar o crescimento verde
nas economias mais desfavorecidas tem sido um dos principais temas dos debates
mundiais do setor financeiro no que diz respeito à ajuda aos países menos
desenvolvidos, nomeadamente em África, o continente que sofre as piores
consequências das alterações climáticas, apesar de ter sido o que menos
contribuiu para a sua causa.
Entre as medidas
defendidas pelos participantes na mesa-redonda de Paris, no âmbito da Cimeira
para um Novo Pacto de Financiamento Global, está a decisão de pedir aos bancos
multilaterais para o desenvolvimento e para os fundos climáticos especiais que
"implementem medidas que simplifiquem e acelerem o acesso a financiamento
climático e implementem medidas práticas de trabalhar em conjunto, num sistema,
com o objetivo de acelerar e dar escala ao financiamento da transição climática
nos mercados emergentes e nos países em desenvolvimento".
De acordo com um comunicado divulgado pelo FMI, "os participantes reconheceram que o capital privado vai ter de desempenhar um papel decisivo sobre o défice de financiamento para a transição para economias de carbono zero, o que vai requerer uma ação concertada por parte de todos os participantes para posicionarem o financiamento da transição climática como uma ótima oportunidade de investimento". ANG/Lusa
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