Israe/ONU lança apelo por 1,12 mil milhões de euros para ajudar palestinianos
Bissau, 07 Nov 23(ANG) – As Nações Unidas lançaram hoje um apelo humanitário de 1,2 mil milhões de dólares (1,12 mil milhões de euros) para ajudar 2,7 milhões de palestinianos, anunciou hoje o secretário-geral da ONU, António Guterres.
O apelo abrange não só
toda a população da Faixa de Gaza, como meio milhão de palestinianos na
Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.
Num pronunciamento à
imprensa, Guterres informou que o apelo é promovido pela ONU e pelos seus
parceiros.
António Guterres
salientou que alguma ajuda vital está a chegar a Gaza através da
passagem de Rafah, mas que não é suficiente para satisfazer “o oceano de
necessidades” do povo palestiniano.
“Sejamos claros: a
passagem de Rafah por si só não tem capacidade para processar camiões de ajuda
humanitária na escala necessária”, disse, observando que o combustível continua
impedido de entrar em Gaza, situação que afeta não só os recém-nascidos em
incubadoras e os pacientes que dependem de suporte vital, mas que
impede também a água de ser bombeada ou purificada.
Pouco mais de 400
camiões atravessaram Gaza nas últimas duas semanas, em comparação com os 500
que entravam diariamente no enclave antes do conflito.
Posteriormente, o
porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, explicou que o valor do apelo
hoje lançado foi calculado tendo em conta as necessidades de todas as agências
da ONU que trabalham com o povo palestiniano, e especificou que apesar das
atuais dificuldades de acesso a Gaza, a ideia é ter um fundo pronto para quando
as condições de acesso melhorarem.
Durante o seu discurso,
Guterres assegurou que na guerra de Gaza “estamos a testemunhar violações
claras do direito humanitário internacional”, quer por parte de Israel, quer
por parte do Hamas.
“O caminho a seguir é
claro: um cessar-fogo humanitário. Agora”, afirmou.
O ex-primeiro-ministro
português fez uma série de exigências tanto às autoridades israelitas,
quanto ao movimento islamita Hamas, como a libertação de reféns ou o envio de
mais ajuda humanitária, e disse que nenhum destes objetivos pode estar
condicionado à solução dos restantes.
“Temos de agir agora
para encontrar uma saída deste brutal, terrível e agonizante beco sem saída de
destruição. Para ajudar a acabar com a dor e o sofrimento. E para ajudar a
preparar o caminho para a paz, para uma solução de dois Estados, com israelitas
e palestinianos a viverem em paz e segurança”, concluiu Guterres.
O grupo islamita Hamas
lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o
lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo
duas centenas de reféns.
Em resposta, Israel
declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e
que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos,
bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco
total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e
eletricidade.
O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios. ANG/Inforpress/Lusa
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