Moçambique/ Partidos extraparlamentares pedem dissolução da CNE e do STAE
Bissau, 07 Nov 23 (ANG) - Os partidos extraparlamentares contestam os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições, que dão vitória à Frelimo nas eleições autárquicas, e pedem a dissolução da Comissão Nacional de Eleições e do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral.
Representados pela União Eleitoral,
consideram que as eleições autárquicas foram fraudulentas e exigem, por isso, a
dissolução da Comissão Nacional de Eleições e a destituição do Presidente
Carlos Matsinhe, assim como do Diretor-geral do Secretariado Técnico de
Administração Eleitoral.
O presidente da União Eleitoral, Hipólito
Couto, defende que as eleições autárquicas não foram livres justas e muito
menos transparentes, sublinhando que a única solução é a impugnação dos
resultados anunciados pela CNE.
“Impugnação
dos resultados divulgados pela CNE e exigimos que seja dissolvida a CNE, o seu
Presidente, o STAE e o seu respectivo Diretor –geral. Deve ser criada uma nova
comissão de gestão destes órgãos para a próximas eleições de 2024, porque o
atual órgão está viciado”, detalhou.
Em conferência de imprensa, Hipólito Couto
afirmou a necessidade de ver estes responsáveis responder diante da justiça
pela participação nos “ilícitos
eleitorais” e de tornar as eleições presidenciais de 2024 mais transparentes.
“Queremos
que a Assembleia da Republica aprove uma nova lei para introdução do voto
eletrônico para eleições 2024 de modo que possa atenuar os vícios dos ilícitos
eleitorais”, explicou.
De acordo com a Comissão Nacional de
Eleições, os resultados das sextas eleições autárquicas dão vitória a FRELIMO,
partido no poder, em 64 dos 65 municípios, o MDM venceu na Beira. Resultados
que estão a ser contestados pelos moçambicanos e pelos partidos de oposição que
pede a reposição da verdade eleitoral. A violência pós-eleitoral fez vários mortos
e centenas de detidos, muitos já foram libertados.
Este sábado, a União Europeia mostrou-se
preocupada com as notícias de irregularidades nas eleições autárquicas de
Moçambique, que se realizaram a 11 de outubro, e afirma estar a acompanhar de
perto o rescaldo do processo eleitoral.
Na semana passada, o Conselho Constitucional deu provimento a um recurso da Renamo em Quelimane. O principal partido da oposição afirma, com base na contagem paralela e com recurso aos editais, que venceu a eleição no município de Quelimane. O candidato da Renamo em Maputo, Venâncio Mondlane, afirmou que se o Conselho Constitucional não der provimento ao recurso contra os resultados das eleitorais, as manifestações vão continuar. ANG/RFI
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