Alemanha/Scholz garante a Zelensky que não haverá "paz ditada" por Putin
Bissau, 11 Jun 24 (ANG) - O chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu hoje que não haverá "nenhuma vitória militar, nenhuma paz ditada" pelo Presidente russo, Vladimir Putin, na guerra contra a Ucrânia, numa conferência internacional em Berlim em que participou Volodymyr Zelensky.
"Promover esta
consciência é o que está em causa na cimeira de paz que se realiza este fim de
semana na Suíça", afirmou Scholz, ladeado pelo Presidente ucraniano,
acrescentando que os aliados apoiarão a Ucrânia "durante o tempo que for
necessário".
Ao abrir os trabalhos da
conferência Scholz instou os aliados ocidentais a reforçarem as defesas aéreas
da Ucrânia, que são extremamente necessárias face aos bombardeamentos russos.
"O que o exército
ucraniano mais precisa actualmente é de munições e armas, em particular para a
defesa aérea", disse o chanceler alemão, sublinhando que Berlim decidiu
entregar à Ucrânia um terceiro sistema de defesa antiaérea Patriot e Iris-TSLM,
tanques com armamento antiaéreo Gepard, mísseis e munições de artilharia.
"Porque a melhor
reconstrução é aquela que não tem de ser feita de todo", sublinhou o
chanceler social-democrata, lembrando que o Banco Mundial (BM) estima que serão
necessários 500.000 milhões de dólares (cerca de 465.200 milhões de euros] para
a reconstrução da Ucrânia nos próximos dez anos.
"Dadas as dimensões
de que estamos a falar, o capital privado deve participar", disse Scholz,
sublinhando que a reconstrução da Ucrânia também pode beneficiar as empresas
estrangeiras que investem no país.
"Aqueles que se
envolverem numa fase inicial, que cultivarem e expandirem as suas relações
económicas com a Ucrânia estarão na linha da frente", sublinhou.
Zelensky chegou hoje a
Berlim para participar na terceira Conferência Internacional para a
Reconstrução da Ucrânia e para se encontrar com Scholz, com quem discutirá o
reforço da defesa aérea e a produção de armas.
"Cheguei à Alemanha
para participar na Conferência para a Reconstrução da Ucrânia e manter
conversações com o Chanceler Olaf Scholz", escreveu Zelensky na sua conta
X.
Zelenski afirmou que, na
conferência, que, além de Scholz, contará com a presença de vários
primeiros-ministros, incluindo o da Estónia, Kaja Kallas, Lituânia, Ingrida
Simonyte, Países Baixos, Mark Rutte, e Bélgica, Alexander de Croo, a principal
prioridade é encontrar "soluções urgentes para o sector da energia face ao
terror aéreo russo", em referência aos atentados.
A reunião de dois dias
contará também com a presença de vários ministros ucranianos, desde os
ministérios da economia e das finanças aos dos negócios estrangeiros, bem como
dos presidentes das câmaras de Kiev, Vitali Klitchko, de Kharkov, Igor
Terekhov, e de Lviv, Andri Sadovi, e da mulher do Presidente, Olena Zelenska.
Entre os parceiros
ocidentais presentes encontravam-se os chefes da diplomacia de Itália, Antonio
Tajani, de França, Stéphane Séjourné, da Polónia, Radoslaw Sikorski, e do Reino
Unido, David Cameron, bem como a representante especial para a recuperação
económica da Ucrânia, Penny Pritzker.
A Presidente do Banco
Europeu de Investimento (BEI), Nadia Calviño, o Secretário-Geral da Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), Mathias Cormann, e a
Presidente do Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD),
Odile Renaud-Basso, também se deslocaram a Berlim.
No total, mais de 2.000
pessoas de 60 países, entre políticos, empresários, sociedade civil e
municípios, participam na conferência, que se segue à organizada pela Suíça, em
2022, e pelo Reino Unido, no ano passado, e que prosseguirá em 2025, em Itália.
A conferência será
também o palco de uma reunião bilateral entre Zelensky e Scholz, com quem irá
discutir uma maior assistência à defesa, o reforço do sistema de defesa aérea
da Ucrânia e a produção conjunta de armas, de acordo com o próprio líder
ucraniano.
Os dois homens irão
também coordenar as suas posições tendo em vista a Cimeira da Paz, que se
realizará nos próximos dias 15 e 16. na Suíça, bem como a Cimeira da NATO em
Washington, em Julho.
Após o encontro com Scholz, o chefe de Estado ucraniano encontrar-se-á também com o Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, com o líder da Câmara Baixa do Bundestag, Bärbel Bas, e visitará uma base militar onde estão a ser treinados soldados ucranianos. ANG/Angop
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