China Popular/Jornalista que tentou divulgar #MeToo na China é condenada a cinco anos de prisão
Bissau, 14 Jun 24 (ANG) - Uma jornalista chinesa
que tentou divulgar o movimento #MeToo no país foi condenada nesta sexta-feira
(14) a cinco anos de prisão por "incitação à subversão do poder do
Estado", anunciou o grupo que apoia a ativista na rede social X.
A repórter
Sophia Huang Xueqin foi processada em Guangzhou (sul) ao mesmo tempo que o
ativista sindical Wang Jianbing, condenado a três anos e seis meses de prisão
pela mesma acusação, segundo o grupo.
Sophia Huang Xueqin descreveu nas redes sociais a sua experiência de
assédio sexual quando ainda era uma jovem jornalista em uma agência chinesa de
notícias, após o surgimento do movimento #Me Too..
Os dois estão
detidos desde 2021. A jornalista anunciou que pretende apresentar recurso
contra a sentença, enquanto Wang Jianbing ainda não se pronunciou a respeito.
A organização
Anistia Internacional denunciou as "sentenças totalmente infundadas"
e exigiu a libertação imediata dos ativistas.
"As
sentenças prolongarão uma detenção profundamente injusta e terão um efeito de
dissuasão adicional sobre os direitos humanos e a defesa social, em um país
onde os militantes enfrentam uma repressão cada vez maior por parte do
Estado", afirmou Sarah Brooks, diretora da ONG para a China.
Durante a
audiência em setembro de 2023, o procurador acusou Sophia Huang Xueqin de ter
"seguido e organizado uma formação" e Wang Jianbing de ter
"publicado ou republicado declarações falsas" com o objetivo de minar
a autoridade do Estado, segundo o grupo de apoio.
Os dois também
foram acusados de "organizar reuniões periódicas em Guangzhou" com o
mesmo objetivo, segundo a mesma fonte.
A jornalista
chinesa foi acusada de "publicar, nas redes sociais, artigos e discursos
distorcidos e de provocação que atacam o governo nacional" e de
"reunir organizadores no exterior para participar em treinamentos online
sobre 'ações não violentas'".
Os promotores
acusaram Wang Jianbing de publicar "artigos e discursos equivocados que
atacam o sistema político e o governo da China" e de adesão a "grupos
subversivos online no exterior", incluindo um que recordava a repressão
mortal dos protestos na Praça Tiananmen (Paz Celestial) em 1989, segundo os
documentos judiciais.
Nos últimos
anos, as autoridades chinesas intensificaram a repressão dos movimentos da
sociedade civil e dos ativistas dos direitos humanos.ANG/RFI/AFP
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