Itália/Quatro países europeus juntam-se
para produzir mísseis de longo alcance
Bissau, 12 Jul 24 (Lusa) – Quatro países
europeus da Aliança Atlântica - Alemanha, França, Itália e Polónia -, acordaram
durante a cimeira celebrada em Washington um plano de cooperação com vista ao
desenvolvimento e produção de mísseis de longo alcance.
O
memorando de entendimento, assinado na quinta-feira pelos ministros da Defesa
dos quatro países, no derradeiro dia da cimeira da NATO que assinalou o 75º
aniversário da organização, abre caminho a uma cooperação com o objetivo do
reforço das capacidades militares de cada uma das nações, mas também da “base
industrial e da defesa europeia”, à luz da agressão militar da Rússia à
Ucrânia, indicaram os Estados-membros envolvidos.
A
carta de intenções em torno do chamado plano ELSA (sigla para Abordagem
Europeia de Ataque de Longo Alcance) estabelece uma estratégia a longo prazo
para melhorar os arsenais europeus e reforçar a sua capacidade de dissuasão
Prevês
a produção de mísseis de cruzeiro com alcance superior a 500 quilómetros, mas
os detalhes só serão conhecidos no final do ano com a publicação de um primeiro
projeto de documento com especificações.
A
estratégia junta para já Berlim, Paris, Roma e Varsóvia, mas tem uma “abordagem
inclusiva, no sentido de que outros parceiros sejam convidados a participar”,
explicou o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, admitindo que o Reino
Unido, agora liderado por um governo trabalhista encabeçado por Keir Starmer,
venha a juntar-se em breve à iniciativa.
Este
plano de cooperação foi assinado à margem da cimeira da NATO realizada esta
semana em Washington, um dia após os Estados Unidos terem anunciado que vão
instalar equipamento militar de longo alcance em território alemão em 2026 para
demonstrar o compromisso de Washington com a Aliança Atlântica para a
"dissuasão integrada europeia".
"Estas
unidades convencionais de longo alcance incluirão [mísseis] SM-6, Tomahawk e
armas hipersónicas desenvolvidas, que têm um alcance significativamente maior
do que os atuais materiais terrestres na Europa", indicaram Estados Unidos
e Alemanha num comunicado conjunto enviado pela Casa Branca.
O
Kremlin não tardou em reagir a este anúncio, condenando a decisão
norte-americana de instalar mísseis de longo alcance na Alemanha, denunciando
um regresso “à Guerra Fria”, em pleno conflito armado na Ucrânia.
Na terça-feira, os Estados Unidos e quatro países europeus - Países Baixos, Alemanha, Itália e Roménia – já haviam anunciado que vão enviar sistemas de defesa aérea Patriot para a Ucrânia, depois da última vaga de ataques russos que fez quase 40 mortos e 170 feridos. ANG/Lusa
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