Angola/Sensibilização da sociedade civil é essencial para travar declínio da biodiversidade
Bissau, 28 Out 24
(ANG) - No início do mês de Outubro, a WWF lançou um relatório em que dá conta
de uma perda global de 73% da biodiversidade no Mundo, com a perda a ser ainda
maior em África.
A EcoAngola, uma organização não
governamental, tenta travar este declínio de biodiversidade através de acções e
projectos em que o foco é dirigido às populações e às autoridades.
Angola
é o segundo país africano com maior número de bioregiões, 15, logo a seguir à
África do Sul. Isto faz com que seja um dos países do Mundo com maior riqueza e
diversidade de ambientes, com uma fauna e flora muito ricas que variam
consoante as diferentes regiões. Esta riqueza natural está ameaçada como
constata o relatório da WWF e faz com que a EcoAngola queira mais
esforço por parte das autoridades para a conservação do meio-ambiente.
"Existe
a necessidade de ter um esforço muito maior. Porque nós podemos ter algumas
políticas, elas existem, mas precisamos de uma maior monitorização e
capacitação pessoas que são responsáveis, por exemplo, pelos parques naturais
de forma a exercerem o seu trabalho de protecção e conservação das espécies
deste flora fauna",
indicou Diana Lima, directora executiva da EcoAngolaem entrevista à RFI.
Angola possui actualmente 14 parques
nacionais, com 12,9% do território terrestre do país a ser protegido. A
EcoAngola e outras organizações não governamentais ajudam no esforço de
protecção, nomeadamente em articulação com o Instituto Nacional de
Biodiversidade, de Conservação, mas vêm-se a braços com problemas como
desflorestação, caça ou queimadas.
"Nós
sabemos que um dos maiores problemas, tem a ver com a caça. Ao mesmo tempo,
compreendemos que estas são as opções que existem para certas comunidades a
nível económico, portanto as multas não chegam e sabemos que no terreno há uma
uma cedência por parte de quem está a fazer esse controlo", explicou.
De forma a preservar as espécies, Angola
precisa de maior incentivo à pesquisa científica - com Diana Lima a mencionar a
descoberta de novas espécies de reptéis em certos parques naturais, mas também
a própria organização administrativa do país que mudou recentemente e algo
essencial é a sensibilização da sociedade civil.
"Acho que a primeira coisa a fazer para a conservação da biodiversidade seria sensibilizar a sociedade civil sobre a importância da biodiversidade. Para essa conservação, precisávamos de dados mais concretos da realidade da biodiversidade, para além de nós sabermos a realidade dos ecossistemas degradados", concluiu Diana Lima. ANG/RFI
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