Caso 1 de fevereiro/ Libertados cinco militares acusados de
intentona
Bissau,18 Out 24(ANG) - Cinco
militares guineenses acusados de participação na tentativa de golpe de Estado
de 01 de fevereiro de 2022, foram quinta-feira postos em liberdade.
Trata-se de Pedro Badji, militar afeto à Marinha de Guerra guineense, Pedro Gomes, da Fiscap (entidade estatal de fiscalização das atividades de pesca), Dok Ndafa, Geraldo Paulo Nhasse e Marciano Félix, todos das chamadas Unidades Combativas do interior do país.
De acordo com fontes
judiciais, os cinco militares foram postos em liberdade por ordens do tribunal
'ad-hoc' que está a julgar 25 dos cerca de 50 militares detidos acusados pelas
autoridades civis e militares de envolvimento na tentativa de golpe de Estado.
O julgamento deste caso,
conhecido como 01 de fevereiro, tem sido marcado por várias polémicas com a
defesa dos detidos a levantar dúvidas, nomeadamente sobre a lisura do processo.
Por diversas vezes o
julgamento, que decorre na Base Aérea de Bissalanca, quartel da Força Aérea
guineense, foi iniciado e interrompido com a defesa dos detidos a acusar os
juízes de os ameaças e tentativas de intimidação. O julgamento foi retomado no
início de outubro, depois de interrompido no mês junho passado, mediante a
interposição de um recurso hierárquico da defesa.
O advogado Marcelino Intupe,
da equipa da defesa dos detidos, defendeu que o julgamento ocorreu "sem
que se respeitassem as alegações apresentadas pela defesa". Intupe referiu
que a única intenção deste julgamento é a condenação dos detidos, entre os
quais figura o ex-chefe da Armada guineense, vice-almirante Bubo Na Tchuto.
No meio deste processo, o Tribunal
Militar Superior ordenou, no dia 24 de julho, a libertação imediata de todos os
detidos do caso 01 de fevereiro, propondo na altura aplicação de medidas de
coação aos que foram indiciados e libertação daqueles que não têm culpa
formulada pelo Ministério Público civil. Entretanto, a ordem não foi
respeitada.
O Estado-Maior General das
Forças Armadas deteve, durante duas semanas, os três juízes do Tribunal Militar
Superior que proferiram o acórdão a ordenar a libertação dos detidos do caso 01
de fevereiro.
De acordo com a Lusa, o advogado Marcelino Intupe não estranha que na Guiné-Bissau "um tribunal superior emita uma ordem e que um tribunal inferior se recuse a cumprir".ANG/Lusa
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