Moçambique/União Africana louva
“primeiras eleições em que não há armas”
Bissau,
08 Out 24 (ANG) - Bornito
de Sousa, chefe da Missão de Observação Eleitoral da União Africana, louvou,
esta terça-feira, “as primeiras eleições em que não há armas” em Moçambique, em
referência às eleições gerais desta quarta-feira.
As declarações foram feitas durante um
encontro com a ministra moçambicana dos Negócios Estrangeiros e Cooperação,
Verónica Macamo, que hoje recebe os chefes das diferentes missões de observação
eleitoral, nomeadamente da União Europeia, da União Africana, da Comunidade de
Países de Língua Portuguesa e da Commonwealth.
No encontro, no ministério dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação, em Maputo, Bornito de Sousa, chefe da Missão de
Observação Eleitoral da União Africana, sublinhou que estas “são as primeiras
eleições em que não há armas”.
“Registamos positivamente o facto que
são as primeira eleições em que não há armas nas mãos de algum partido e isso é
muito bom, cria confiança da parte dos cidadãos de Moçambique. Como todos,
esperamos que os resultados reflitam o sentimento do povo moçambicano”,
declarou o antigo vice-presidente de Angola.
A chefe da diplomacia moçambicana
declarou que “Moçambique associa-se aos esforços da Uniao Africana visando a
estabilidade do continente” e lembrou que “Moçambique está comprometido
com um dos principais compromissos [da UA] que é a promoção da democracia, da
paz e da estabilidade dos países da região através de eleições justas, livres e
transparentes”.
Antes, Verónica Macamo reuniu com os
observadores da União Europeia e agradeceu à UE “a contribuição na luta contra
o terrorismo”. A ministra lembrou que a presença da UE em Moçambique “atesta o
compromisso sobre os principais objectivos da organização, particularmente a
promoção da paz mundial, apoiando as Nações Unidas e outras iniciativas globais
para manter a paz, a promover a defesa da democracia e incentivando práticas
democráticas e governação transparente”.
Laura Ballarín Cereza, chefe da Missão
de Observação Eleitoral da União Europeia, disse que a UE partilha um objetivo
com Moçambique que é “reforçar o desenvolvimento democrático de Moçambique” e
lembrou que há 179 observadores no total, distribuídos por todas as províncias
do país e que os primeiros chegaram já a 1 de setembro.
“Queríamos sublinhar o compromisso da
União Europeia com Moçambique, as relações que temos tido em toda a história e
a nossa presença aqui a observar as eleições desde 1994... Partilhamos o mesmo
objectivo de reforçar o desenvolvimento democrático de Moçambique”, declarou
Laura Cereza.
Na reunião com o chefe da Missão de
Observação Eleitoral da Commonwealth, Kenny Anthony, Verónica Macamo disse que
“Moçambique associa-se aos esforços da Commonwealth de paz e estabilidade”
acrescentando que “eleições livres, justas e transparentes são fundamentais
para a consolidação da democracia”. Por sua vez, Kenny Anthony afirmou ter “uma
impressão positiva que todos os intervenientes manifestaram o compromisso com a
paz, estabilidade, transparência” e que encontrou “um ambiente tranquilo e
pacífico”.
Depois, Verónica Macamo recebeu o chefe
da Missão de Observação Eleitoral da Comunidade de Países de Língua Portuguesa
(CPLP), João Gomes Cravinho, o qual destacou que “a campanha decorreu de forma
muito positiva, com um grande civismo e sem incidentes relevantes”.
“A nossa perspectiva sobre a campanha é
que decorreu de forma muito positiva, com um grande civismo e sem incidentes
relevantes e fazemos votos que tudo continue a correr desse modo durante o acto
eleitoral e durante o apuramento dos resultados de quarta para quinta-feira. A
nossa expectativa é, na sexta-feira, dia 11, apresentarmos uma declaração que é
provisória e passado 15 dias estamos em condições de apresentar um relatório
mais elaborado, mais substantivo às instâncias da CPLP em representação de quem
estamos cá”, declarou o antigo ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros de
Portugal.
A chefe da diplomacia moçambicana
afirmou que “Moçambique associa-se aos esforços da CPLP visando a paz e a
estabilidade em África e no seio da comunidade, bem como para o desenvolvimento
de todos os países” e reiterou que “um dos principais compromissos da nossa
organização continental União Africana é a consolidação da democracia, promoção
da paz e estabilidade dos países da região através de eleições livres, justas e
transparentes”.
“A vossa presença em Moçambique atesta os compromissos sobre os princípios e objectivos da nossa CPLP que incluem fundamentalmente a igualdade soberana dos estados-membros e não ingerência nos assuntos internos de cada Estado, respeito pela identidade nacional e reciprocidade de tratamento. Mas também cumprimento da paz, democracia, Estado de direito, direitos humanos e justiça social, o respeito pela dignidade e pela integridade territorial, também a promoção de desenvolvimento e cooperação”, declarou Verónica Macamo. ANG/RFI
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