EUA/Casa Branca vai escolher os jornalistas que
seguem Donald Trump
Bissau, 27 Fev 25(ANG) - As
relações entre a Presidência norte-americana e a imprensa continuam a
degradar-se. Após ter proibido a agência Associated Press de estar presente nos
eventos presidenciais restritos, a Casa Branca anunciou que vai escolher os
jornalistas que vão seguir de perto o Presidente.
A
mudança é radical e apaga o sistema existente,
implementado há dezenas de anos, em que eram os próprios meios de comunicação a
escolherem os jornalistas.
Essa
mudança poderia ser prejudicial para a independência da imprensa,
segundo certos meios de comunicação.
“Acabou!”, foi com esta frase que a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt,
abordou as mudanças que iriam ocorrer num sistema estabelecido desde 1914.
“O
poder é devolvido ao povo”, atirou a porta-voz, afirmando que “centenas” de jornalistas
deveriam ter esse privilégio de seguir o Presidente, admitindo que os meios de
comunicação tradicionais ainda poderão participar nesses eventos.
A
Casa Branca deseja colocar no grupo de jornalistas presentes, nos
eventos do Presidente Donald Trump, meios de comunicação de opinião.
A
Associação dos Correspondentes na Casa Branca -
WHCA - não foi avisada pela Casa Branca e denunciou
essa decisão num comunicado onde deixa explícito que “num país livre, os dirigentes não
escolhem os meios de comunicação”.
Esta
associação, até agora, escolhia os jornalistas, treze, que podiam estar no avião
presidencial, ‘Air Force One’, e os que podiam estar presentes na sala de
imprensa da Casa Branca.
Peter
Baker, chefe dos correspondentes do ‘New
York Times’ na Casa Branca, declarou que essa decisão é muito semelhante à maneira como o “Kremlin tomou o controlo da imprensa” na
Rússia.
Karoline Leavitt, porta-voz da Casa Branca,
respondeu a essa declaração, afirmando que o Presidente Donald Trump tinha
falado com jornalistas na Sala Oval durante cerca de uma hora. No entanto essa
reunião com jornalistas não correu tão bem visto que Donald Trump propôs a
todos colocar um boné na cabeça com a inscrição: “Trump tinha razão em tudo”. Apenas um
jornalista aceitou.
De referir ainda que a AP, a agência Associated Press, a maior agência norte-americana
de notícias, foi banida dos eventos restritos com Donald Trump.
O executivo norte-americano quer que a AP esteja em conformidade com o novo apelido do Golfo do México, agora chamado de Golfo da América por Donald Trump. Para o Presidente norte-americano, os jornalistas da AP são “extremistas de esquerda. Jornalistas de segunda zona”, fim de citação.ANG/RFI
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