Washington/EUA pressionam Moscovo e Kiev a aceitar acordo de paz
Bissau,
30 Abr 25 (ANG) - Os Estados Unidos pediram que a Rússia e Ucr
ânia
aceitem a sua proposta de paz, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU em
que as duas nações se culparam mutuamente pela continuidade da guerra.
O
representante norte-americano, John Kelley, instou na terça-feira a Rússia e a
Ucrânia a aceitarem a proposta de Washington e lembrou que o Presidente
dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump - que desempenha um papel de
mediador cada vez mais desgastado -, pediu a Moscovo que interrompesse os
ataques e "encerrasse imediatamente a guerra".
"Se
ambos os lados estiverem prontos para acabar com a guerra, os EUA apoiarão
totalmente o caminho para uma paz duradoura", acrescentou Kelley, num
momento em que Trump tem expressado crescente frustração com a falta de um
acordo antes dos seus primeiros 100 dias no cargo presidencial.
A
vice-ministra dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Mariana Betsa, denunciou
perante o Conselho de Segurança que Moscovo lançou 8.500 bombas contra o seu
país desde março, quando os EUA propuseram um cessar-fogo total, e afirmou que
o "ponto de partida" para a paz seria justamente essa trégua.
"Se
a Rússia está tão determinada em parar a guerra, porque é que não iniciamos o
cessar-fogo hoje, sem esperar até 08 de maio?" questionou Betsa,
referindo-se à trégua unilateral de três dias declarada por Moscovo, para
marcar o 80.º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazi na Segunda
Guerra Mundial.
A
vice-ministra acrescentou ainda que a Ucrânia quer a paz, mas "não a
qualquer preço", "nunca reconhecerá os territórios ocupados"
como russos, não aceitará "nenhum estrangeiro" no comando
das suas Forças de Defesa, e não permitirá que a sua soberania ou
políticas sejam restringidas, incluindo "as alianças" das quais
deseja participar.
Por
sua vez, o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, disse que a
convocação da reunião do Conselho de Segurança pelos "patrocinadores
europeus" de Kiev reflete o seu "medo de ficar de fora diante da nova
administração dos EUA, que busca uma solução" para o conflito.
Nebenzya
acusou Kiev de sabotar a moratória de 30 dias, "escalar o conflito e
rejeitar propostas de paz equilibradas dos EUA", enquanto Moscovo continua
a manter negociações sobre "os contornos do plano de paz".
A
reunião de terça-feira foi convocada pela França e presidida pelo ministro dos
Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noel Barrot, que pediu um cessar-fogo
abrangente e denunciou o ataque russo de 24 de abril contra Kiev, um dos piores
desde o início da guerra, que deixou 13 mortos e cerca de 90 feridos.
Já a secretária-geral
adjunta da ONU para os Assuntos Humanitários, Joyce Msuya, afirmou que,
até ao momento, "não se passou um único dia neste ano sem que
civis tenham sido mortos ou feridos em ataques".
Nos
primeiros três meses do ano, a ONU constatou 2.641 vítimas civis – quase
mais 900 do que no mesmo período de 2024 e mais 600 do que no início de
2023.
ANG/Inforpress/Lusa

Sem comentários:
Enviar um comentário