Israel/Governo volta a autorizar lançamentos aéreos de ajuda em Gaza
Bissau, 25 Jul 25 (ANG) - O Exército israelita afirmou hoje que irá autorizar, nas próximas horas, o restabelecimento dos lançamentos aéreos de ajuda sobre a Faixa de Gaza, prática que gerou, no passado, fortes críticas por parte de organizações humanitárias.
Trata-se de uma forma de
fornecimento que só tinha sido utilizada uma vez desde o início da guerra e que
as organizações humanitárias tinham encarado com fortes críticas, ao
denunciarem vários riscos para a população do enclave palestiniano, que pode
morrer esmagada pelas cargas lançadas por via aérea ou pela multidão
desesperada que se junta nas zonas de aterragem.
Num comunicado, a administração israelita nos territórios
palestinianos ocupados, designada como COGAT, confirmou que vai autorizar em
breve a retoma destes lançamentos por parte da Jordânia e dos Emirados Árabes
Unidos, em coordenação com o Exército de Israel.
Fontes militares israelitas indicaram ao jornal Times Of Israel,
que a primeira operação poderá acontecer já hoje.
Os países árabes já tinham realizado vários lançamentos aéreos
de ajuda no início do ano passado, alegando que a crise humanitária atingira um
ponto insustentável no enclave, como voltou a acontecer nos últimos dias.
Várias organizações não-governamentais (ONG) e fontes médicas da
Faixa de Gaza denunciaram, no início de março, que pelo menos cinco palestinianos
tinham morrido esmagados por estas cargas, devido a uma falha nos paraquedas
acoplados aos envios.
Organizações como a Save the Children advertiram, nesse mesmo
mês, que este tipo de entrega "não constitui uma solução" para as
centenas de milhares de palestinianos encurralados e que apenas um cessar-fogo
imediato entre Israel e o Hamas poderia salvar vidas.
"Estes métodos alternativos de entrega de ajuda são caros,
ineficazes e desviam a atenção da solução crucial para salvar a vida de
crianças, mulheres e famílias em Gaza", afirmou na altura a Save the
Children.
Para esta organização, além do um cessar-fogo imediato e
definitivo, a solução passa também por um acesso "seguro e sem
restrições" da ajuda humanitária por "todos os pontos de passagem e
no interior" da Faixa de Gaza.
Num novo balanço do conflito, divulgado na quinta-feira, o
Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo extremista Hamas, informou
que registou 59.587 mortos e 143.498 feridos.
Nessa contagem incluem-se pelo menos 115 mortos por fome ou
desnutrição desde o início da ofensiva israelita, em outubro de 2023.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques
liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no
sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de
reféns.
A retaliação de Israel, que também impôs um bloqueio à entrega
de ajuda humanitária, provocou igualmente a destruição de quase todas as
infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de
pessoas.ANG/RFI

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