Israel/Ministro dos Negócios Estrangeiros afirma que não haverá Estado palestiniano com Hamas
Bissau, 29 Jul 25 (ANG) - O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa'ar, declarou hoje que a criação de um Estado palestiniano não vai acontecer e que a ofensiva militar na Faixa de Gaza não terminará enquanto o Hamas se mantiver no poder.
"Estabelecer um Estado
palestiniano hoje é estabelecer um Estado do Hamas, um Estado 'jihadista'. Isso
não vai acontecer", afirmou o ministro israelita numa conferência de
imprensa.
"Estamos conscientes de que hoje existem países na Europa
com grandes populações muçulmanas. Por vezes, isso afeta as políticas dos seus
governos. Mas isso não pode nem deve levar Israel ao suicídio. Não permitiremos
um Estado terrorista 'jihadista' no coração da nossa terra ancestral",
afirmou.
Sa'ar explicou que a pressão diplomática não irá alterar a
política do Governo israelita e que "nenhuma força externa fará com que
Israel sacrifique a sua segurança".
Para o ministro israelita, a pressão sobre Israel está a
"sabotar" as perspetivas de um acordo de cessar-fogo com o Hamas,
levando o grupo islamita a "endurecer a sua posição".
"A pressão internacional não deve recair sobre Israel. Deve
recair sobre o Hamas", observou, acrescentando que o fim da ofensiva
israelita enquanto este grupo se mantiver no poder em Gaza seria uma
"tragédia para israelitas e palestinianos".
Sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza e a escassez de
alimentos devido ao bloqueio israelita, que levou a ONU a alertar para o grave
risco de fome no enclave, o ministro afirmou que "a situação é
difícil".
No entanto, acrescentou que o Governo israelita "está a
trabalhar arduamente em circunstâncias muito difíceis, desde o início da guerra
até hoje, para facilitar a entrada de ajuda humanitária".
O ministro negou que Israel esteja a adotar uma "política
de fome" em Gaza e atribuiu a responsabilidade da situação no enclave
palestiniano ao Hamas.
Israel, segundo Sa'ar, está a facilitar o trabalho de países
como os Emirados e a Jordânia, que participaram nos últimos dias em lançamentos
aéreos de alimentos para a Faixa de Gaza, e que fará o mesmo com outros que manifestaram
interesse, como Marrocos, Alemanha e Itália.
Estes lançamentos aéreos estão a acontecer desde o passado
domingo, quando Israel anunciou uma "pausa humanitária" na sua
ofensiva militar em algumas zonas de Gaza. Isso não impediu o exército israelita
de continuar a atacar a Faixa de Gaza, deixando dezenas de mortos todos os dias
[quase 100 este domingo, segundo o Ministério da Saúde de Gaza].
Sa'ar afirmou que Israel estabeleceu "corredores
humanitários" através dos quais 200 camiões com ajuda humanitária entraram
na Faixa na segunda-feira.
Nos últimos dois meses, acrescentou o ministro, entraram 5.000
camiões, um terço dos 15.000 [cerca de 500 por dia] que as organizações
humanitárias consideram necessários para atender as necessidades da população
no enclave palestiniano.ANG/Lusa

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