EUA/Trump diz que só será possível libertar reféns se Hamas for destruído
Bissau, 18 Ago 25 (ANG) - O Presidente norte-americano, Donald Trump, sustentou hoje que a libertação dos reféns mantidos em cativeiro pelo grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza só será possível quando este movimento for "enfrentado e destruído".
Só assistiremos ao regresso
dos reféns que restam quando o Hamas for enfrentado e destruído! Quanto mais
cedo isso acontecer, maiores serão as probabilidades de êxito!", escreveu
Trump na sua rede social, Truth Social.
Donald Trump reivindicou o mérito de ter "negociado e assegurado
a libertação de centenas de reféns que foram devolvidos a Israel [e aos Estados
Unidos!]".
Desde o início das negociações, o Hamas libertou 147 reféns em
troca da libertação de presos palestinianos em cadeias israelitas, um acordo de
cessar-fogo com Israel e negociações internacionais.
Estima-se que pelo menos 50 reféns permaneçam na Faixa de Gaza,
20 dos quais estarão vivos e 30 mortos, segundo o Exército israelita.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reiterou este
fim de semana que poderá aceitar um acordo com o Hamas na condição de todos os
reféns em cativeiro em Gaza "serem imediatamente libertados".
O líder israelita tornou pública a proposta num comunicado, numa
altura em que, segundo várias informações, uma delegação do grupo islamita
palestiniano se encontra no Cairo para conversações com mediadores egípcios
sobre um cessar-fogo em Gaza.
Netanyahu apelou também para o desarmamento do Hamas, a
desmilitarização da Faixa de Gaza e a criação de um Governo que não seja do
Hamas ou da Autoridade Palestiniana.
O primeiro-ministro israelita enfrenta mais pressão a nível
interno: no domingo, entre 500.000 e um milhão de pessoas saíram à rua no país
para exigir um acordo que garanta a libertação dos reféns.
O protesto, convocado por familiares dos reféns, foi um dos
maiores desde o início da ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, a 07 de outubro
de 2023, em retaliação a um ataque realizado horas antes pelo Hamas em
território israelita, fazendo cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A guerra no enclave palestiniano fez, até agora, pelo menos
62.004 mortos, na maioria civis, e 154.906 feridos, além de milhares de
desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares
que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das
autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.
Prosseguem também diariamente as mortes por fome, causadas pelo
bloqueio de ajuda humanitária durante mais de dois meses, seguido da proibição
israelita de entrada no território de agências humanitárias da ONU e
organizações não-governamentais (ONG).
Alguns mantimentos estão desde então a entrar a conta-gotas e a
ser distribuídos em pontos considerados seguros pelo Exército, que regularmente
abre fogo sobre civis palestinianos famintos, tendo até agora matado 1.908 e
ferido pelo menos 13.863.
Há muito que a ONU declarou o território em grave crise
humanitária, com mais de 2,1 milhões de pessoas numa "situação de fome
catastrófica" e "o mais elevado número de vítimas alguma vez
registado" pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
Já no final de 2024, uma comissão especial da ONU tinha acusado
Israel de genocídio em Gaza e de estar a usar a fome como arma de guerra,
situação também denunciada por países como a África do Sul junto do Tribunal
Internacional de Justiça (TIJ), uma qualificação igualmente utilizada por
organizações internacionais e israelitas de defesa dos direitos humanos.ANG/Lusa

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