Faixa de Gaza/ Últimos 20 reféns vivos libertados pelo Hamas
Bissau, 13 Out 25 (ANG) – O Hamas libertou todos os reféns
vivos da Faixa de Gaza. Sete chegaram a Israel e os restantes 13 foram
entregues à Cruz Vermelha.
rra na Faixa de Gaza. O Presidente norte-americano aterrou esta segunda-feira, 13 de Outubro, em Israel para acompanhar o processo e reforçar negociações políticas ligadas ao futuro da região.
O grupo Hamas libertou, esta manhã, os
últimos reféns israelitas ainda vivos mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza
desde os ataques de 7 de Outubro de 2023. Segundo o exército israelita, os 13
sobreviventes foram entregues à Cruz Vermelha e foram transportados para
território israelita, onde foram recebidos pelo exército e pelos serviços
secretos, Shin Bet.
A libertação encerra um cativeiro que durou
mais de dois anos. Ao todo, 251 pessoas tinham sido sequestradas na ofensiva do
Hamas em Israel, em Outono de 2023. Parte dos reféns foi libertada durante
tréguas parciais, mas 28 reféns morreram em cativeiro e os corpos continuam
desaparecidos.
Nas ruas de Telavive, milhares de pessoas
reuniram-se na Praça dos Reféns para acompanhar a operação. A emoção foi
marcada por sentimentos mistos de alívio e luto. “Esperávamos por este momento, mas
fica a tristeza pelos que não regressam e pelos quase 2.000 mortos da guerra.
Dois anos de loucura que terminam… Mas é um belo dia, aquele que esperávamos há
dois anos”, declarou à agência francesa AFP Ronny Edry,
professor de 54 anos.
A libertação faz parte de um plano de
cessar-fogo coordenado por Donald Trump, apresentado como o primeiro passo para
pôr fim a dois anos de guerra. Em contrapartida, Israel compromete-se a
libertar cerca de 2.000 prisioneiros palestinianos: 250 por “razões de segurança”,
incluindo vários condenados por atentados, e 1.700 detidos em Gaza após a
ofensiva israelita de 2023.
Contudo, fontes próximas do grupo Hamas
sublinham que a organização ainda exige a libertação de líderes palestinianos,
mantendo a pressão sobre Israel e a comunidade internacional.
O Presidente norte-americano aterrou em
Telavive esta manhã, antes de seguir para Jerusalém, para discursar no
Parlamento israelita e encontrar-se com famílias de reféns. À tarde, desloca-se
a Charm el-Cheikh, no Egipto, para co-presidir, ao lado de Abdel Fattah
al-Sissi, numa cimeira internacional dedicada ao futuro de Gaza.
O encontro no Egipto reúne mais de 20 chefes
de Estado, além do secretário-geral da ONU, António Guterres. Apesar de serem
os protagonistas directos do conflito, nem Israel, nem o Hamas participam. O
Irão foi convidado, mas recusou estar presente.
Emmanuel Macron defendeu um papel central da
Autoridade Palestiniana na reconstrução política de Gaza. O Presidente francês
anunciou que o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, vai
participar no encontro, considerando-o um “sinal
muito positivo”. O chefe de Estado francês reiterou ainda a
necessidade de uma solução de dois Estados, associando Gaza à Cisjordânia, onde
a colonização israelita está cada vez mais presente. Em matéria de segurança,
Emmanuel Macron afirmou que a União Europeia vai reforçar a formação de
polícias palestinianos, mas descartou a participação directa da França numa
força internacional de estabilização. Essa missão, disse, deve ser composta por
forças regionais, sempre sob mandato da ONU.
Esta segunda-feira, centenas de milhares de
deslocados começaram a regressar ao norte de Gaza, a zona mais devastada pelos
bombardeamentos israelitas. Segundo a defesa civil local, cerca de 500.000
pessoas já regressaram, encontrando bairros inteiros em ruínas.
Este domingo, cerca de 200 camiões de ajuda
humanitária entraram pelo posto fronteiriço de Kerem Shalom. Entre eles, seis
carregados de gasóleo e cinco de gás doméstico, os primeiros em sete meses de
bloqueio. Desde o início do conflito, em Israel, 1.219 pessoas morreram, a
maioria civis. Do lado palestiniano, o ministério da Saúde do Hamas contabiliza
67.806 mortos, números considerados credíveis pela ONU.ANG/RFI

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