Madagáscar/ Andry Rajoelina terá sido retirado do país por avião militar francês
Bissau,
13 Out 25 (ANG) – O Presidente de Madagáscar, Andry Rajoelina, terá sido exfiltrado do
país a bordo de um avião militar francês, confirmou a RFI, após um entendimento
com o Presidente francês Emmanuel Macron.
No entanto, Paris garante que não
tem qualquer intervenção directa na crise política malgaxe. Desde 25 de
Setembro, o país vive uma vaga de protestos inicialmente motivados por cortes
de água e de electricidade, que evoluíram para contestação ao poder.
Segundo informações às quais a RFI teve
acesso, o Presidente de Madagáscar, Andry Rajoelina, terá sido retirado do país
este domingo, 12 de Outubro, a bordo de um avião militar francês, na sequência
de um acordo com o Presidente francês Emmanuel Macron. As autoridades francesas
negam qualquer ingerência nos assuntos internos malgaxes e afirmam que não
intervêm na crise política em curso. Até agora, não existem confirmações
independentes desta alegada exfiltração.
A situação em Madagáscar deteriorou-se desde
25 de Setembro, quando as manifestações começaram em Antananarivo contra cortes
prolongados de água e de electricidade. As manifestações assumiram um carácter
político, com críticas à corrupção, à gestão do governo e com apelos à demissão
de Andry Rajoelina. A 29 de Setembro, o Presidente dissolveu o governo de
Christian Ntsay, mas a medida não reduziu a contestação.
No sábado, 11 de Outubro, uma unidade do
exército com papel histórico em anteriores crises políticas, composta por
elementos do CAPSAT, declarou apoio aos manifestantes e apelou à
desobediência. O movimento revelou divisões internas nas Forças Armadas e levou
o Presidente a afirmar que estava em curso uma tentativa de tomar o poder pela
força.
Os protestos continuam a aumentar e mantêm-se
concentrados na capital. A juventude, organizada através das redes sociais, é a
principal força do movimento. A oposição ainda não apresentou uma alternativa,
enquanto a comunidade internacional acompanha a crise com preocupação. A União
Africana apelou ao diálogo e à contenção, e a União Europeia e França
sublinharam a necessidade de respeito pela ordem constitucional.
A alegada saída de Andry Rajoelina levanta
incertezas sobre quem detem o poder no país e sobre os próximos passos. São
apontados três cenários possíveis: a formação de uma transição negociada, o
aumento da influência militar no poder político ou a continuação da pressão das
ruas sem uma solução imediata.ANG/RFI

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