sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Golpe de Estado/Presidente de Transição nomeia Ilídio Vieira Té Primeiro-ministro e ministro das Finanças

Bissau, 28 nov 25(ANG) - O Presidente de Transição, Horta Inta-a, nomeou nesta sexta-feira, Ilídio Vieira Té  Primeiro-ministro e cumulativamente ministro das Finanças.

Segundo o Decreto Presidencial n.º 2/2025, o General Inta-a, no uso das suas atribuições e competências, decidiu nomear Ilídio Vieira Té como chefe do Governo, assumindo também a pasta do Ministério das Finanças.

Vieira Té, antigo ministro das Finanças de Sissoco Embaló, foi diretor de campanha eleitoral da Plataforma Republicana-Nô Cumpu Guiné que apoiou a candidatura do Presidente deposto Umaro Sissoco Embaló, que disputou as eleições legislativas de 23 de Novembro.ANG/ÂC//SG



        Portugal/ Embaló culpa Portugal por golpe de Estado na Guiné-Bissau

Bissau, 28 Nov 25 (ANG) - O presidente deposto , Umaro Sissoco Embaló, afirmou em entrevista a um canal africano que lamenta que Portugal tenha um comportamento hostil, sempre que o seu líder se chame "Mamadou, Omar ou Ibrahim".

presidente destituído da Guiné-Bissau afirmou, em entrevista ao canal 1Africa TV, que Portugal tem culpa no golpe de Estado ocorrido esta quarta-feira.

Umaro Sissoco Embaló, que aterrou na quinta-feira à noite ao  Dakar num avião fretado pelo Governo do Senegal, acusou Portugal de um comportamento hostil.

"Sempre que há um presidente muçulmano na Guiné-Bissau, Portugal é muito hostil", acusou, num momento que é possível ver num excerto da entrevista partilhada no Facebook do canal africano. 

Embaló lamenta, na mesma entrevista, esta hostilidade, dando conta que "60% da população" do seu país é muçulmana, mas reforça que sempre que o presidente do país se chama "Mamadou, Omar ou Ibrahim", as relações com o nosso país alteram-se.

As suas declarações contradizem com aquela que foi mensagem transmitida por Marcelo Rebelo de Sousa que afirmou anteriormente ter entrado em contacto o seu homólogo guineense, que lhe disse estar bem de saúde e teve uma "reação agradecida, positiva e simpática".

As últimas horas na Guiné-Bissau foram marcadas por críticas, que sublinham a inação por parte da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), mas também de Portugal, da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e da própria União Africana (UA). 

Tanto a CPLP, como a CEDEAO, marcaram de imediato reuniões de emergência para debater os últimos acontecimentos e tomar uma posição e o presidente da missão de observação eleitoral da União Africana (UA) na Guiné-Bissau, o ex-presidente moçambicano Filipe Nyusi, disse que o ambiente no país estava calmo, mas com "alguma timidez na movimentação da população".

Por seu lado a União Europeia disse estar a acompanhar "com preocupação os desenvolvimentos na Guiné-Bissau", e pediu o "regresso célere à ordem constitucional" do país e contenção para evitar mais violência.

A entrevista surge depois um grupo de militares ter anunciado na quarta-feira ter tomado o poder na Guiné-Bissau e deposto o presidente, antecipando-se à divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.

Os militares anunciaram a destituição do presidente, Umaro Sissoco Embaló, suspenderam o processo eleitoral, os órgãos de comunicação social e impuseram um recolher obrigatório, antecipando-se à divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.

A ação dos militares visou, segundo descrevem, estancar "uma ameaça crescente que podia por em causa a democracia e a estabilidade política do Estado guineense", explicou, referindo-se a "uma ameaça portadora de ingerência do Estado, de desordem pública e da própria desintegração das instituições do Estado de direito democrático, ameaça essa que era preciso prevenir e travar".

Este foi o 10.º golpe de Estado no continente africano desde 2020. Os governos da Guiné-Conacri, do Sudão, do Níger, do Gabão e de Madagáscar sofreram um golpe de Estado nos últimos cinco anos, enquanto os do Mali e do Burkina Faso tiveram esse desfecho por duas vezes.ANG/Lusa

 

                          Hong Kong/ Incêndio faz mais de 100 mortos

Bissau, 28 Nov 25 (ANG) - As operações de resgate em Hong Kong terminaram nesta sexta-feira, 28 de Novembro, após um incêndio que consumiu vários edifícios residenciais, fazendo pelo menos 128 mortos e cerca de 200 desaparecidos.

O incêndio, que começou no complexo residencial Wang Fuk Court, composto por oito edifícios com cerca de 2 mil apartamentos, foi praticamente controlado pouco depois do amanhecer desta sexta-feira.

De acordo com as autoridades o último balanço aponta para pelo menos 128 pessoas perderam a vida, mas há ainda cerca de 200 desaparecidos.

Em conferência de imprensa, o responsável pela segurança da cidade, Chris Tang, explicou que não estão a descartar a possibilidade “que mais corpos sejam encontrados quando a polícia entrar nos edifícios para investigações detalhadas”acrescentando que “os alarmes de incêndio do complexo não estavam a funcionar corretamente”.

A polícia deteve três homens, funcionários da empresa de manutenção do complexo, por suspeita de homicídio voluntário em ligação com o incêndio.

De acordo com a BBC, existiram dezenas de queixas prévias contra os trabalhos de renovação que decorriam nestes prédios. Entre as preocupações dos moradores estavam a segurança dos materiais em caso de incêndio.

Hong Kong é um dos últimos locais do mundo onde o bambu é ainda muito utilizado para andaimes na construção civil. O Departamento de Desenvolvimento Urbano indicou que havia discutido a substituição gradual dos andaimes de bambu por estruturas metálicas na cidade, como medida de segurança.

Em Março, o Governo local iniciou um processo para restringir o uso deste material a andaimes, anunciando que 50% dos estaleiros de obra deveriam passar a ser equipados com estruturas metálicas. ANG/RFI

 

África do Sul/Recrutar para combater pela Rússia Deputada filha de Zuma demite-se

Bissau, 28 Nov 25 (ANG) - A filha do ex-Presidente sul-africano Jacob Zuma demitiu-se do parlamento após acusações de recrutamento de sul-africanos para combaterem pela Rússia na Ucrânia, anunciou hoje o diretor do partido MK.

"A camarada Duduzile Zuma-Sambudla declarou que cooperará plenamente com a investigação em curso das autoridades competentes" e "apresentou a sua demissão da Assembleia Nacional e de todas as suas funções de representação pública, com efeito imediato. A liderança do partido aceitou a sua decisão", informou o dirigente do MK, Nkosinathi Nhleko, durante um conferência de imprensa em Durban, na África do Sul.

Nem Duduzile Zuma-Sambudla nem o seu pai - Jacob Zuma, Presidente entre 2009 e 2018 -, presentes na sala durante a conferência de imprensa, se pronunciaram.

A própria irmã de Zuma-Sambudla acusou-a, na semana passada, de estar envolvida no recrutamente de 17 sul-africanos que lançaram pedidos de socorro ao atual Presidente, Cyril Ramaphosa, alegando estar encurralados na região ucraniana do Donbass.

"Umkhonto we Sizwe [nome completo do MK], enquanto partido, não está envolvido no caso russo-ucraniano que afeta estes jovens", garantiu Nkosinathi Nhleko, sendo que Jacob Zuma é conhecido pela proximidade ao Governo russo.

"Até onde sabemos, esta demissão não tem nada que ver com uma admissão de culpa ou um reconhecimento da sua culpa por parte do partido", afirmou Magasela Mzobe, outro dirigente do movimento.

A demissão de Zuma-Sambudla tratou-se de uma forma de "se concentrar totalmente na sua cooperação com todos os serviços do Estado", de acordo com Magasela Mzobe.

De acordo com o Governo ucraninano, 1.426 cidadãos de 36 países africanos foram identificado entre as fileiras russas, mas o número de combatentes estrangeiros poderá ser muito mais elevado.

Muitas mulheres africanas também são atraídas pela promessa de contratos lucrativos na Rússia, acabando em fábricas de produção de drones, sobretudo na região central do Tartaristão, de acordo com várias investigações de meios de comunicação internacionais.

Duduzile Zuma-Sambudla tinha sido eleita para o parlamento sul-africano em junho de 2024, concorrendo sob a sigla do partido fundado pelo pai.

A filha do ex-Presidente sul-africano já está a ser processada por icitamento aos motins de julho de 2021, desencadeados após a detenção do pai, que recusara testemunhar em processos de corrupção que o visavam. Cerca de 350 pessoas morreram nos motins. ANG/RFI

 

OMS/Mortes por sarampo caíram 88% desde 2000, mas aumentam número de casos

Bissau, 28 Nov 25 (ANG) - As mortes por sarampo caíram 88% desde 2000 graças à vacinação, mas os casos estão a aumentar mundialmente, totalizando cerca de 11 milhões em 2024, alertou hoje a OMS, apelando ao reforço da cobertura vacinal para evitar novos surtos.

"Os esforços globais de imunização levaram a uma queda de 88% nas mortes por sarampo entre 2000 e 2024", tendo perto de 59 milhões de vidas sido salvas pela vacina, revela um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No entanto, a OMS estima que 95.000 pessoas, a maioria crianças com menos de cinco anos, morreram devido ao sarampo em 2024.

"Embora este seja um dos números anuais mais baixos registados desde 2000, todas as mortes por uma doença que poderia ser prevenida com uma vacina altamente eficaz e de baixo custo são inaceitáveis", salienta a OMS no relatório.

Apesar do menor número de mortes, os casos de sarampo estão a aumentar mundialmente, com cerca de 11 milhões de infeções em 2024, quase mais 800.000 do que os níveis antes da pandemia em 2019.

"O sarampo é o vírus mais contagioso do mundo, e estes dados mostram mais uma vez como ele explora qualquer lacuna nas nossas defesas coletivas", afirma o diretor-geral da OMS, citado em comunicado.

Tedros Adhanom Ghebreyesus sublinha que "o sarampo não respeita fronteiras", mas, realça, "quando todas as crianças em todas as comunidade são vacinadas, surtos dispendiosos podem ser evitados, vidas podem ser salvas e esta doença pode ser eliminada em nações inteiras".

Segundo o relatório, os casos de sarampo em 2024 aumentaram 86% na Região do Mediterrâneo Oriental da OMS, 47% na Região Europeia e 42% na Região do Sudeste Asiático em comparação com 2019.

"Notavelmente, a Região Africana registou uma queda de 40% nos casos e 50% nas mortes durante este período, em parte devido ao aumento da cobertura vacinal", refere o relatório.

A OMS alerta que, embora recentes surtos de sarampo estejam a ocorrer em países e regiões onde as crianças têm menos probabilidade de morrer devido a uma melhor nutrição e ao acesso a cuidados de saúde, as pessoas infetadas continuam em risco de complicações graves e permanentes, como cegueira, pneumonia e encefalite (infeção que causa inchaço cerebral e potenciais danos cerebrais).

Estimativas da OMS/Unicef referentes a 2024 apontam que 84% das crianças receberam a primeira dose da vacina contra o sarampo, e apenas 76% receberam a segunda, "uma ligeira melhoria" em relação ao ano anterior, com mais dois milhões de crianças imunizadas.

De acordo com as orientações da OMS, é necessário pelo menos 95% de cobertura com duas doses da vacina contra o sarampo para impedir a transmissão e proteger as comunidades contra surtos.

O relatório indica que mais de 30 milhões de crianças continuaram desprotegidas contra o sarampo em 2024, três quartos das quais vivem nas regiões africana e do Mediterrâneo Oriental, muitas vezes em contextos frágeis, afetados por conflitos.

A Revisão Intercalar da Agenda de Imunização 2030 (IA2030), também divulgada hoje, salienta que o sarampo é frequentemente a primeira doença a ressurgir quando a cobertura vacinal diminui.

"Os crescentes surtos de sarampo estão a expor as fraquezas nos programas de imunização e nos sistemas de saúde globalmente, ameaçando o progresso em direção às metas do IA2030, incluindo a eliminação do sarampo", alerta.

Em 2024, 59 países relataram surtos grandes ou disruptivos de sarampo, quase o triplo do número registado em 2021 e o maior desde o início da pandemia de covid-19.

Todas as regiões, exceto as Américas, tiveram pelo menos um país que enfrentou um grande surto em 2024. A situação mudou em 2025, com vários países das Américas a combater surtos.

Os esforços para intensificar a vigilância do sarampo melhoraram a capacidade da OMS e dos países de identificar e responder aos surtos e, para alguns países, de alcançar a eliminação, refere a IA2030.

Contudo, a meta mundial de eliminação continua distante. Até ao final de 2024, 81 países (42%) haviam eliminado o sarampo, apenas mais três países do que antes da pandemia.

Para alcançar a sua eliminação, é necessário "um forte compromisso político" e um investimento sustentado para garantir que todas as crianças recebam duas doses da vacina e os sistemas de vigilância possam detetar rapidamente surtos, defende a IA2030, convocando os países e parceiros a fortalecerem as capacidades rotineiras de imunização, vigilância e resposta rápida a surtos. ANG/Lusa

 

 Golpe de Estado/ Alto Comando Militar levanta recolher obrigatório ie restrições a circulação nas vias públicas impostos desde quarta-feira 

Bissau, 28 Nov 25(ANG) - O Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública (ACM) levantou por volta das 00 horas desta sexta-feira,  o recolher obrigatório imposto desde quarta-feira, após o anúncio do golpe de Estado.

A decisão consta num comunicado à imprensa do Alto Comando Militar, à que a ANG teve acesso, e segundo o  qual já   é permitida a circulação das populações e dos transportes públicos (táxis e toca-tocas) em todo o país.

“Com a designação e empossamento do Presidente da República de Transição e do Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública, estão criadas assim condições para a circulação de pessoas e bens, bem como a retoma do normal funcionamento das instituições públicas e privadas”, disse o comunicado.

Informa que, depois de análise da situação em curso, o Comando Militar decide comunicar o levantamento das medidas de restrição de circulação e recolher obrigatório anteriormente impostas a partir desta sexta-feira(28).

O comunicado ainda refere que o Comando  ordena a imediata abertura  e retoma de funcionamento normal das escolas  e centros de formação públicos e privados, mercados, centros comerciais e todas as instituições privadas enquanto que as restantes instituições públicas, ministérios sobretudo, aguardam pela formação do governo   de transição.

O Alto Comando proibiu, entretanto,  as marchas  de protestos, manifestações, greves e todas as “ações perturbadoras da  paz,  e estabilidade no país”.ANG/ÂC//SG

Golpe de Estado/Major-general Tomás Djassi nomeado Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas

Bissau, 28 Nov 25(ANG) - O Presidente da República de Transição, General Horta Inta-a, nomeou na tarde de  quinta-feira, o Major-general Tomás Djassi, como  Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau.  

“O Presidente de Transição, no uso das suas atribuições e competências, decreta que é o Major-General Tomás Djassi, nomeado Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas”, refere o Decreto Presidencial n.°1/2025, à que a ANG teve acesso.

O Major-general Tomás Djassi  ocupava as funções do Chefe de Segurança da Presidência da República deposto.  

Tomás Djassi foi Comandante da Guarda Nacional. Depois desempenhou também a função de Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública e depois de ser exonerado pelo governo do PAIGC, em 2023, foi nomeado pelo presidente deposto como Comandante-geral de Segurança da Presidência da República e promovido a patente do Major-general.

Com a nomeação do novo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, o General Biaguê Na N’Tan, deixa assim essa função que assumia há 11 anos, ou seja, desde o ano 2014, nomeado por então Presidente da República, José Mário Vaz e reconduzido por Umaro Sissoco Embaló. ANG/ÂC//SG

Golpe de Estado/ CEDEAO condena e cria Comissão de Mediação da crise na Guiné-Bissau

Bissau, 28 Nov 25(ANG) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenou, quinta-feira, de forma veemente, o golpe de Estado ocorrido na Guiné-Bissau, na véspera da proclamação dos resultados eleitorais.

A posição foi assumida durante a Cimeira Extraordinária do Conselho de Mediação e Segurança a Nível dos Chefes de Estado e de Governo, realizada por videoconferência.

A organização sub-regional condenou  o golpe  de Estado perpetrado em 26 de Novembro e apela a restauração incondicional e imediata da ordem constitucional  e rejeita quaisquer acordo que suspende, ilegalmente, do processo democrático e a subversão da vontade do povo da Guiné-Bissau.

A CEDEAO exige que os líderes do golpe respeitem a vontade do povo e permitam que a Comissão Nacional de Eleições proceda a declaração dos resultados das eleições de 23 de Novembro de 2025.

 Instou as Forças Armadas da Guiné-Bissau a regressarem aos quartéis e a mantiverem o seu papel constitucional.

A CEDEAO apelou à restauração imediata da ordem constitucional e ao respeito integral pelo processo eleitoral guineense.

A organização instou ainda as novas autoridades a libertarem todos os líderes políticos e altos funcionários que permanecem detidos, sublinhando a necessidade de salvaguardar a paz, a democracia e o Estado de Direito no país.

A CEDEAO decide que, em conformidade com as disposições do protocolo da organização sobre a Democracia e Boa Governação número 2001 (A/SP/12/10), suspender a Guiné-Bissau de todas as instâncias decisórias da CEDEAO até que a ordem constitucional plena e efetiva no país seja restabelecida.

Segundo a declaração final, a CEDEAO criou uma Comissão de Mediação para acompanhar a crise, composta pelo Presidente da CEDEAO e Chefe de Estado da Serra Leoa, e pelos Chefes de Estado de Cabo Verde, Senegal e Togo, além do Presidente da Comissão da organização.

As autoridades do Senegal confirmaram, em comunicado, a receção em Dacar do ex-presidente, Umaro Sissoco Embaló.

Em Bissau, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, segundo Dinísio Pereira, dirigente do PAIGC, ainda se encontra detido, contrariamente as informações segundo as quais Simões Pereira terá sido posto em liberdade.

ANG/ÂC//SG

quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Faixa de Gaza/Amnistia acusa Israel de "manter genocídio" apesar do cessar-fogo

Bissau, 27 Nov 25 (ANG) - A organização Amnistia Internacional acusou hoje Israel de "continuar o genocídio contra palestinianos na Faixa de Gaza", apesar do cessar-fogo com o movimento islamita Hamas anunciado a 09 de outubro.

Autoridades de Israel continuam a cometer genocídio contra os palestinianos na Faixa de Gaza ocupada, infligindo deliberadamente condições de vida calculadas para provocar a sua destruição física", alegou a organização em comunicado.

A Amnistia Internacional reporta que, desde o anúncio do cessar-fogo, "pelo menos 327 palestinianos, incluindo 136 crianças, foram mortos em ataques israelitas", e acusa Israel de manter "restrições severas" à entrada de ajuda humanitária essencial, violações que considera em incumprimento com ordens do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).

A secretária-geral, Agnès Callamard, afirmou que o cessar-fogo "corre o risco de criar uma ilusão perigosa" sobre a situação em Gaza.

Segundo a responsável, Israel continua a limitar a chegada de alimentos, medicamentos, combustível e materiais necessários para reparar infraestruturas fundamentais, bem como a restringir a distribuição de ajuda no terreno.

A organização publicou em dezembro de 2024 uma análise jurídica em que concluía que Israel estava a "cometer genocídio em Gaza", invocando três atos proibidos pela Convenção sobre o Genocídio: assassinatos, provocação de danos físicos ou mentais graves e imposição deliberada de condições de vida que poderiam levar à destruição da população.

A organização acrescentou que a população de Gaza permanece "retida em menos de metade do território", em zonas "menos capazes de sustentar a vida", entre as quais eram continuamente obrigadas a deslocar-se.

Agnès Callamard acusou ainda Israel de não investigar nem responsabilizar dirigentes políticos por incitações ou atos relacionados com o que a organização classifica como genocídio, criticando o que considera ser uma redução recente da pressão internacional.

Entre os exemplos citados estão o levantamento pelo Governo alemão, de restrições a licenças de exportação de armas e o cancelamento de uma votação sobre a suspensão do acordo comercial entre a UE e Israel.

A Amnistia apelou aos Estados para que mantenham a pressão sobre Israel, suspendam transferências de armas e exijam acesso para observadores de direitos humanos e jornalistas, defendendo que "o cessar-fogo não se deve tornar uma cortina de fumo" sobre a situação em Gaza.

O cessar-fogo, iniciado no dia 10 de outubro, tinha como objetivo pôr fim a dois anos de guerra no Médio Oriente, desencadeada pelo ataque de 07 de outubro de 2023 do Hamas a Israel, no qual 1.200 pessoas foram mortas e mais de duas centenas raptadas.

Em dois anos de guerra, mais de 69.000 palestinianos foram mortos na Faixa de Gaza, segundo dados confirmados pela ONU.ANG/Lusa

 

Nigéria/ Declarado “estado de emergência de segurança” em resposta aoaumento de sequestros

Bissau, 27 Nov 25 (ANG)- O presidente nigeriano Bola Ahmed Tinubu declarou estado de emergência de segurança em todo o país em resposta a uma onda de ataques e a uma recente série de sequestros em massa que abalaram o país mais populoso da África.

Para combater os grupos terroristas e criminosos por trás desses ataques, o chefe de Estado nigeriano também ordenou o reforço das forças do exército e da polícia em várias regiões do país, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira pela presidência nigeriana.

O Sr. Tinubu afirmou que a polícia contratará 20.000 agentes adicionais e observou que "esta é uma emergência nacional e estamos respondendo com o envio de mais policiais para o terreno, principalmente em áreas que enfrentam desafios de segurança".

Para acelerar o fortalecimento das forças de segurança, as autoridades autorizaram o uso de acampamentos do Serviço Nacional da Juventude como locais de treinamento temporários, bem como a redistribuição de policiais retirados de unidades de proteção VIP para funções policiais básicas.

Como parte dessas medidas de emergência, os serviços de inteligência do país estão autorizados a mobilizar imediatamente guardas florestais treinados e a recrutar mais para "caçar terroristas e bandidos" escondidos nas florestas.

A Nigéria foi recentemente assolada por sequestros em massa de centenas de pessoas, incluindo mais de 300 alunos e professores de uma escola católica em Papiri, no estado de Níger (centro-oeste), 25 meninas do ensino médio em Maga, no estado de Kebbi (noroeste) e 13 meninas no estado de Borno (nordeste), o que levanta sérias preocupações sobre a eficácia das medidas de segurança destinadas a proteger os estudantes do país. ANG/Faapa

EUA/ Tiroteio perto da Casa Branca, Donald Trump denuncia "acto de terrorismo"

Bissau, 27 Nov 25 (ANG) – Dois militares da Guarda Nacional foram atingidos, esta quarta-feira, 26 de Novembro, por disparos de arma de fogo em Washington, anunciou a secretária da Segurança Interna, Kristi Noem. Um suspeito foi detido. O Presidente norte-americano qualificou o ataque como um "acto de terrorismo".


A meio do dia, em pleno centro da capital norte-americana, num bairro de escritórios a duas ruas da Casa Branca, ecoaram disparos que feriram dois membros da Guarda Nacional. Donald Trump, encontrava-se na sua residência de Mar-a-Lago, na Florida, para os feriados de Thanksgiving, informou na sua plataforma Truth Social que os dois militares estavam "gravemente feridos".

Pouco depois do tiroteio, o governador da Virgínia-Ocidental, Patrick Morrisey, afirmou que os dois guardas tinham morrido devido aos ferimentos. Vinte minutos mais tarde, voltou atrás nas afirmações, alegando ter recebido "informações contraditórias" sobre o estado clínico das vítimas.

Em conferência de imprensa, o director do FBI, Kash Patel, esclareceu que os dois militares permanecem em "estado crítico".

O responsável da polícia de Washington, Jeffrey Carroll, explicou que "um suspeito chegou à esquina da rua, levantou a arma e disparou contra guardas nacionais" que se encontravam em patrulha. Outros militares conseguiram proceder, rapidamente, à detenção.

A autarca de Washington, Muriel Bowser, confirmou que os disparos foram dirigidos especificamente aos guardas nacionais.

À noite, vários meios de comunicação norte-americanos, entre eles a NBC News e o Washington Post, avançaram que o suspeito é de nacionalidade afegã, informação confirmada por Donald Trump numa declaração em vídeo. Segundo o Presidente norte-americano, trata-se de "um estrangeiro que entrou no nosso país vindo do Afeganistão" e que "foi trazido para aqui pelo governo Joe Biden em Setembro de 2021".

Na Florida, Donald Trump teceu críticas à política migratória, classificando a imigração como "a maior ameaça à segurança nacional". Acusou o antigo presidente Joe Biden de ter permitido a entrada de "milhões" de estrangeiros e anunciou que o seu governo vai "reexaminar" todos os indivíduos chegados do Afeganistão durante o mandato de Joe Biden.

De acordo com a Fox News, o suspeito, de 29 anos, tinha colaborado com o exército norte-americano e com a CIA no Afeganistão, tendo entrado nos Estados Unidos em Setembro de 2021, um mês depois do recuo das tropas americanas.

Donald Trump já tinha garantido que o autor dos disparos seria punido. Referindo-se ao suspeito, afirmou que este estava "gravemente ferido" e que "pagará muito caro" pelo que fez.

Jeffrey Carroll declarou não existir, por enquanto, conhecimento de qualquer motivo que explique o ataque.

A Casa Branca diz estar a acompanhar a situação, a zona foi imediatamente isolada, com dezenas de veículos policiais e forças de segurança federais e locais mobilizadas para o local.

O ataque acontece num período em que centenas de militares estão destacados na capital a pedido de Donald Trump, apesar da oposição das autoridades locais democratas. Segundo o Presidente, este reforço seria necessário para combater a criminalidade e apoiar os serviços federais de imigração (ICE).

Em meados de Novembro, estavam mobilizados 2 175 militares em Washington, segundo dados oficiais. A autarquia contestou judicialmente esta intervenção, acusando o governo federal de ultrapassar os seus poderes, e os tribunais deram-lhe razão na semana passada.ANG/RFI

 

Moçambique/"Cabeças vão rolar" se corrupção continuar na polícia”, diz Chapo

Bissau, 27 Nov 25 (ANG) - O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, considerou hoje as polícias de trânsito e de fronteira como "ramos férteis" da corrupção, sendo por isso as mais procuras pelos agentes, exigindo medidas para acabar com estas práticas ou "cabeças vão rolar".

Para o chefe de Estado, este é o momento de dizer "basta" aos "vícios que mancham" a Polícia da República de Moçambique (PRM), nomeadamente as fomentadas pelas práticas de corrupção.

Ao discursar na abertura do 35.º Conselho Coordenador do Ministério do Interior, em Maputo, Chapo criticou o "facto de todos os membros da PRM almejarem pertencer à Polícia de Trânsito e à Polícia de Fronteira, porque são ramos férteis para a prática de corrupção e enriquecimento ilícito".

"A prática dos membros da Polícia de Trânsito de entregarem envelopes aos comandantes, para que sejam escalados nas equipas de controlo de velocidade, assim como de controlo de álcool tem de ser expurgada", defendeu, dando como exemplo o "famoso xitiqui [pagamento] de 5.000 meticais [67,5 euros]", o qual é "fruto da corrupção, que é prática no seio da Polícia de Trânsito".

"É crime, meus senhores. Têm que acabar com isso", afirmou, classificado como "absurdo" estas práticas, e avisando: "Se isto continuar, algumas cabeças vão rolar".

"O nosso povo denunciou que alguns vícios que reinam na Polícia de Trânsito também fervilham na Polícia de Fronteira, até porque entregam-se envelopes aos comandantes" para os membros serem colocados nos principais nos postos fronteiriços, como no aeroporto de Maputo ou em Ressano Garcia.

"Alegadamente porque nestes postos os bolsos enchem com felicidades. É por este motivo que se diz que nestes postos são colocados os que pagam bem [aos comandantes]. Isto deve acabar. Maltratarmos um cidadão que entra no país num ponto de chegada, seja fronteira aérea, terrestre, não deve ser uma prática. O cidadão, seja ele nacional ou estrangeiro, ao chegar no país, ao sair do país, tem que sentir que a polícia é amigável, a migração é amigável, que lhe permite ter saudades e voltar o mais breve possível para este nosso belo Moçambique", afirmou.

Aludindo à reunião do Conselho Coordenador do Ministério do Interior, Chapo disse que o lema "não pode ser bonito somente nos papéis", mas que o povo "deve sentir o seu impacto em termos de segurança no seu dia-a-dia".

"Não adianta escrever lemas bonitos, enquanto nos bairros, nos postos de atendimento aos utentes, na via pública e nos postos fronteiriços continuarem a alimentar os vícios da corrupção que nós estamos determinados a combater, a derrotar e a enterrar", apontou.

O chefe de Estado apelou a que a reunião do Conselho Coordenador do Ministério do Interior deve, "igualmente, encontrar respostas para a polícia reconquistar a confiança e a amizade" do povo.

"A colaboração com as comunidades tem-se mostrado eficaz na luta contra o crime (...), a imigração ilegal, a corrupção e outros actos contrários à lei. Assim, desafiamos o vosso sector a aprimorar a ligação com as comunidades, não só para resgatar a confiança, mas também para melhorar os resultados operativos. Trabalhem com o povo, companheiros", concluiu. ANG/Lusa

 

            Hong Kong/ Incêndio mortífero provoca mais de 50 mortes

Bissau, 27 Nov 25 (ANG) - Um incêndio num bloco de apartamentos de um bairro social, em Hong Kong, provocou mais de 50 mortes, tornando-se o incêndio mais mortífero da região nos últimos 100 anos. Há ainda mais de 270 desaparecidos.

 

Mais de 50 pessoas morreram na sequência de um incêndio num bloco de apartamentos num bairro social em Hong Kong, que é já considerado o mais mortífero dos últimos 100 anos da região chinesa. Há ainda mais de 270 desaparecidos.

O incêndio deflagrou pelas 14h51 locais (6h51 em Lisboa) de quarta-feira, no distrito de Tai Po, no Wang Fuk Court, um bairro social construído nos anos 80, composto por oito torres com cerca de 30 andares e um total de 1.984 apartamentos. 

mais recente balanço aponta para 55 mortos, incluindo um bombeiro, 68 feridos, dos quais 16 em estado crítico, e 279 desaparecidos.

Até às 10h00 (hora em Portugal) desta quinta-feira, as chamas estavam a ser combatidas por mais de 700 bombeiros. Segundo o chefe do Executivo, John Lee Ka-chiu, o incêndio encontra-se "basicamente controlado". 

Segundo especialistas ouvidos pela CNN, as chamas consumiram 32 andares em apenas cinco minutos.

As causas do fogo ainda estão a ser investigadas, mas a polícia já deteve três homens por suspeita de homicídio involuntário, após a descoberta de materiais inflamáveis deixados durante trabalhos de manutenção que levaram as chamas a propagar-se rapidamente pelos andares de bambu. 

Entre os detidos, segundo a BBC, estão dois diretores de uma empresa de construção e um consultor de engenharia. Têm entre 52 e 68 anos.

Já Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong criou "um grupo de trabalho para iniciar uma investigação completa sobre a possível corrupção no grande projeto de renovação do Wang Fuk Court em Tai Po".

Esta quinta-feira, o governo de Hong Kong anunciou a criação de um fundo com 300 milhões de dólares locais (33,3 milhões de euros) para as vítimas do incêndio.

Numa conferência de imprensa, adiada por duas vezes, o chefe do Executivo, John Lee Ka-chiu, disse que o fundo, criado no banco estatal Banco da China, começará a aceitar donativos a partir das 19h00 (11h00 em Lisboa).

John Lee anunciou ainda que o governo irá distribuir, até ao final do dia de hoje, 10 mil dólares de Hong Kong (1.110 euros) a cada família afetada.ANG/Lusa

 

Golpe de Estado/Major-general Horta Inta-e investido nas funções de  Presidente da República de Transição para período de um ano

Bissau, 27 Nov 25(ANG) – O ex- Chefe de Estado-Maior General do Exército, Major- general, Horta Inta-e, foi hoje empossado nas funções de Presidente da República de Transição e do Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública que depós quarta-feira o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló.


“Acabo de ser empossado nas funções do Presidente do Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública, gerado por acontecimentos do dia 26 de Novembro, esta nova entidade militar, assumiu-se, imediatamente, como órgão máximo do poder de Estado da Guiné-Bissau”, disse Horta Inta-e no seu discurso depois da tomada de posse.

Afirmou na ocasião que a duração do seu mandato será de um ano e que começa hoje.

“Por isso, quero agradecer à todos os membros do Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública, pela confiança depositada na minha pessoa”, disse.

Frisou que não foi uma opção fácil terem desencadeado, quarta-feira, uma ação que resultou na tomada do poder do Estado pelos quadros superiores das Forças Armadas.

“Não foi nada  fácil, porque os chefes militares que hoje integram o  Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública sempre se distinguiram por uma conduta disciplinada, de acordo com os princípios constitucionais que orientam as Forças Armadas”, salientou.

Horta Inta-e acrescentou que eles tiveram que agir. “A nossa ação baseou-se na perceção clara de uma ameaça crescente, que podia pôr em causa a democracia e a estabilidade política do próprio Estado guineense”, frisou.

Acrescentou ser uma ameaça portadora de insegurança de Estado, de desordem pública e da própria desintegração das instituições do Estado de Direito Democrático. “Ameaça essa que era preciso prevenir e travar”.

Disse que, essa crise grave foi a justificação suficiente para a ação que desencadearam na quarta-feira, dia 26 de Novembro.

“Resumidamente posso apontar algumas manifestações dessa grave ameaça que podia por em perigo a paz, um valor politico fundamental que os guineenses sempre  defenderam.

Informou que, entre outros factos,  a descoberta pelos Serviços de Informação de Estado de um comprovado processo de golpe de Estado, largamente documentado e publicado pelos órgãos de comunicação social.

“A intensa actividade desenvolvida por conhecidos narcotraficantes, que aproveitando-se do processo eleitoral, procuraram por todos os meios infiltrar, manipular e no limite capturar a própria democracia guineense”, salientou.

Horta Inta-e disse que é exatamente a perceção dessa ameaça crescente que culminou na intervenção de quadros superiores das Forças Armadas, que hoje integram o  Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública.

“O Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem Pública apela a colaboração dos Partidos Políticos e de toda a Sociedade Civil, e apelamos, em especial, a juventude para que, cada um de nós e todos juntos, contribuirmos para a salvaguarda da estabilidade política do Estado, a paz civil,  ordem pública e unidade nacional”, disse a concluir Horta Inta-e.ANG/ÂC//SG