quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Diplomacia

Aberto primeiro Consulado da Guiné-Bissau em Cabo-Verde

Bissau, ANG – O primeiro consulado da Guiné-Bissau em Cabo-verde será aberto ainda no decurso desta semana de forma a colmatar as dificuldades com que deparam os emigrantes guineenses naquele país “irmão” principalmente no que toca a documentação.

A garantia foi dada pelo Secretário de Estado das Comunidades em entrevista exclusiva concedida à ANG.

Secretario Estado das Comunidades, Dr. Fernando Dias
Fernando Dias justificou que a não abertura a de um consulado a mais tempo poderia estar ligado precisamente as relações de amizade que unem os dois países desde tempos de luta de libertação nacional e, por outro lado, presumiu a falta de meios, como outras das razões de não abertura da representação diplomática em Praia.

“No entanto, com a dinâmica e ao evoluir muito positivo das relações entre os dois países, o actual executivo fez questão de mandar abrir um consulado da Guiné-Bissau em Cabo-Verde”, explicou o Secretário de Estado das Comunidades.

Perguntado sobre o que os emigrantes guineenses radicados em Cabo-Verde podem ganhar com a abertura desta missão diplomática, Fernando Dias disse que isso constitui mais um despertar de atenção para os expatriados e acrescentou que o executivo está muito atento à diáspora.

“Hoje em dia, a nossa política externa não deve ser visto no quadrante, digamos assim de “champanhe” mais sim nos interesses de Estado. A Guiné-Bissau tem uma comunidade significativa em Cabo-Verde e há toda uma necessidade de dar uma maior atenção a essa comunidade e o Consulado a ser aberto vai servir muito aos guineenses radicados naquele país”, estimou.

Prometeu que na sua deslocação à Cabo-Verde será portador da máquina de confecção de passaportes, peça de identidade essa que a muito tempo os emigrantes vinham reclamando.

“Mas agora, este governo conseguiu realmente contornar a situação. Já temos as máquinas de confecção de passaportes em quase todas as Embaixadas e Cabo-Verde era o único país que ainda não a possuía”, disse aquele governante.

Questionado sobre as maiores dificuldades com que deparam os guineenses em Cabo-Verde, Fernando Dias, frisou que os emigrantes não têm grandes problemas, mas a maior “dor de cabeça”, segundo indicou na altura esta ligado com a falta de documentação.

“Os nossos concidadãos em Cabo-Verde estão bem integrados e a própria classe política local elogia muitos emigrantes guineenses, por serem muito trabalhadores”, sublinhou.

No que concerne a Senegal, Portugal, Espanha, França, entre outros, o Secretário de Estado das Comunidades disse que nestes países as máquinas de confecção de passaportes estão a funcionar normalmente nas respectivas representações diplomáticas guineenses.

Fernando Dias salientou que a sua deslocação à Cabo-Verde vai servir igualmente para sensibilizar os emigrantes e autoridades cabo-verdianas no sentido de prepararem para o recenseamento eleitoral em breve para poderem votar nas próximas eleições legislativas de 2012.

Só para se ter ideia da importância da diáspora, Aquele governante revelou que a remessa de emigrantes aos seus familiares no ano 2010 atingiu os vinte e dois bilhões de francos CFA, segundo os dados fornecidos pelo Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO).

Disse ainda que, no ano 2009 foi de menos um bilião, enquanto nos anos antecedentes variava de 21 à 23 biliões. Advertiu que nestas estatísticas não se incluíram transferências efectuadas em “Darling”, “Money Gram”, “Casa Correia” e outras instituições especializadas em transferir dinheiro.

Abordado sobre a situação dos estudantes guineenses na Rússia que acabaram os seus estudos e não têm meios para voltar o país, o Secretário de Estado das Comunidades disse que o Ministério da Educação vai dentro em breve solucionar a questão.

ANG/ÂC

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