Bissau, 31 Ago 15 (ANG) - A Organização Mundial da Saúde
(OMS) pediu ontem aos governos dos países africanos que criem instrumentos
reguladores para os praticantes da medicina tradicional.

Desde 2000, salientou, o número de países africanos
com políticas de medicina tradicional aumentou de oito para 40 e o número de
países com institutos de investigação dedicados à medicina tradicional aumentou
de 18 para 28.
A alta funcionária da agência especializada das Nações
Unidas lamentou o facto de apenas 21 dos 54 países africanos terem leis ou
regulamentos para a prática da medicina tradicional.
A responsável disse esperar que, com a criação e
reforço dos sistemas reguladores em todos os países africanos, sejam
identificados e apoiados os terapeutas tradicionais qualificados.
Matshidiso Moeti afirmou que, se for devidamente
regulada, a medicina tradicional pode ser adequadamente integrada nos sistemas
de saúde e desempenhar um importante papel na cobertura universal da
saúde.
“Não há dúvida
de que a regulação é essencial para a prestação de serviços e produtos de
cuidados de saúde de qualidade, seguros e eficazes”, acentuou a alta
funcionária da agência especializada das Nações Unidas, que deu ênfase ao facto
de, nas zonas rurais, a medicina tradicional ser a única fonte acessível de
cuidados primários de saúde.
Matshidiso Moeti salientou, na mensagem, que os países
africanos têm manifestado interesse em integrar os terapeutas tradicionais no
sistema público de saúde, a fim de colaborarem com os profissionais da medicina
convencional.
A responsável reconheceu que os países africanos têm registado progressos na promoção do uso seguro e eficaz da medicina tradicional.
A directora regional da Organização Mundial da Saúde lembrou que a agência especializada da ONU elaborou um conjunto de instrumentos e orientações, entre os quais o Modelo de Quadro Jurídico para a Prática da Medicina Tradicional, o Quadro Regulador da Medicina Tradicional, Praticantes, Práticas e Produtos, e o Modelo de Código de Ética e de Prática para os Praticantes da Medicina Tradicional.
Os países,
acrescentou, podem adaptar estes importantes instrumentos, que são um
importante passo para proteger os doentes contra práticas potencialmente
nocivas à saúde humana.
Pediu também aos investigadores que trabalhem em colaboração
com os terapeutas tradicionais, para que sejam garantidas a segurança, eficácia
e qualidade dos produtos da medicina tradicional.
ANG/Jornal de Angola