quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

CEMGFA

                      CEMGFA ameaça “despir” farda a militar que interferir em assuntos políticos

Bissau, ANG - O chefe de estado-maior general das forças armadas, António Indjai proibiu os militares de qualquer interferência nos assuntos políticos e ameaçou que retira a farda a quem desobedecer às suas ordens.

“É uma ordem! Não quero ver nenhum militar envolvido nos assuntos dos políticos”, disse o general António Indjai, segundo descreveu à Lusa fonte militar que participou num encontro em Bissau com os principais oficiais das Forças Armadas para analisar a situação após a morte de Malam Bacai Sanhà.
Segundo a mesma fonte, Indjai comunicou aos militares que está “expressamente proibida a interferência de qualquer militar nos assuntos correntes do Estado, deixando aos políticos a condução de todo o processo, como prevê a Constituição".

O chefe das Forças Armadas e o seu adjunto, Mamadu Turé, comunicaram também que o período de prevenção nos quartéis, que vigora no país desde a quadra de natal, vai ser mantido nos próximos dias, instando todos os militares a manterem-se nas unidades.

"Não é permitida a movimentação de militares entre os quartéis", disse Injai, alertando que, “quem se envolver, ficará à sua inteira responsabilidade"

"Digo mais: vou-lhe tirar a farda”, ameaçou, segundo a fonte militar.

Eleito Presidente em 2009, Malam Bacai Sanhá, 64 anos, tinha problemas de saúde que o haviam levado várias vezes a Dacar e a Paris.

O presidente do parlamento, Raimundo Pereira, assume interinamente a Presidência desde a hospitalização de Malam Bacai Sanhá.

A morte do Presidente da República guineense acontece duas semanas após uma nova crise militar no país, que provocou duas mortes e conduziu à prisão o chefe da Armada, Bubo Na Tchuto, e várias outras pessoas.

ANG/SG

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