Secretário-executivo diz não ser
prioritário a representação permanente da organização em Bissau
Bissau,
27 dez 19 (ANG) - O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) disse que, neste momento, não considera prioritário a
organização ter uma representação permanente na Guiné-Bissau, projecto que
estava previsto para 2020.

Além disso, "tendo
em conta o que se passou este ano na Guiné-Bissau, o que a CPLP disse e
comunicou em momentos decisivos e a prestação do embaixador de Angola,
juntamente com o de Portugal e do Brasil, neste momento, talvez não
considerasse prioritária a instalação de uma missão permanente da CPLP em Bissau",
disse o diplomata.
Durante a crise política
na Guiné-Bissau, que antecedeu a realização da primeira volta das eleições
presidenciais "a preocupação foi que a comunidade internacional, de certa
forma, falasse a uma só voz e houvesse uma concertação permanente entre as
organizações internacionais que estão na gestão do país. E isso foi conseguido
(...) e foi um elemento muito importante e (...) dissuasor para eventuais
aventuras", defendeu.
O responsável da CPLP
negou que a posição da comunidade internacional naquela tenha condicionado os
resultados da primeira volta das presidenciais no país, considerando que se
criaram "condições para que as eleições ocorressem num ambiente de
normalidade e estabilidade política".
A CPLP, através do grupo
que integra em Bissau [o designado P5], e nomeadamente da liderança do
embaixador de Angola, "tem feito um papel muito positivo em relação a
aquilo que é a doutrina da CPLP" sobre a Guiné-Bissau.
O P5 é composto pela
Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, União Europeia,
as Nações Unidas, a União Africana e a Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa, representada pelo embaixador de Angola.
Aliás, para o diplomata
Ribeiro Telles, "desde há muito tempo que a CPLP não tinha uma presença
activa na situação da Guiné-Bissau. Mas hoje é reconhecido por todos, inclusive
pelo próprio governo da Guiné-Bissau, que o papel da CPLP foi determinante, ou
foi muito importante, para a estabilização da situação política" no país,
na crise mais recente que atravessou.
Por isso, "estamos
satisfeitos com o trabalho que realizámos até agora", afirmou,
acrescentando que a representação permanente em Bissau "é uma questão que
só se virá a por quando a CPLP tiver condições financeiras para a fazer".
Porque abrir uma representação
"é sempre um envelope financeiro apreciável e que, neste momento, não
estamos em condições de o realizar", concluiu.
Por agora, a CPLP vai
estar na segunda volta das presidenciais guineenses com a mesma missão de
observação eleitoral com que esteve na primeira volta.
Segundo Francisco
Ribeiro Telles a missão de observação eleitoral da CPLP para a segunda volta
das eleições na Guiné-Bissau, que se realizam a 29 de Dezembro, vai ter o mesmo
formato e a mesma liderança que a da primeira volta das eleições e estará no
país a partir de hoje.
Assim, tal como na
primeira volta das presidenciais, que correu a 24 de Novembro último, a missão
da CPLP será liderada pelo ex-ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano
Oldemiro Balói e é composta pelos mesmos 23 elementos.
A segunda volta, no
próximo dia 29, será disputada entre Domingos Simões Pereira, apoiado pelo
PAIGC e Umaro Sissoco Embaló, apoiado pelo Movimento para a Alternância
Democrática (Madem-G15, líder da oposição no parlamento).
A CPLP tem como estados-membros
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.ANG/Angop
Sem comentários:
Enviar um comentário