Madrid/Puigdemont está "fora de Espanha" e
juiz pede explicações à polícia
Bissau, 09 Ago 24 (ANG) - Após a
breve aparição pública em Barcelona, na quinta-feira, o líder independentista
catalão Carles Puigdemont já está “fora de Espanha”, de acordo com o seu
advogado, e partiu “em direcção a Waterloo”, segundo o secretário-geral do seu
partido.
Um juiz do Tribunal Supremo pede explicações à
polícia catalã e ao ministério do Interior já que Carles Puigdemont não foi
detido apesar de ser alvo de um mandado de captura em Espanha pela declaração
unilateral de independência da Catalunha em 2017.
Esta sexta-feira, o advogado de Carles
Puigdemont, Gonzalo Boye, declarou na estação de rádio catalã Rac1 que o seu
cliente está “fora de Espanha” e que vai falar “hoje e amanhã”. Na mesma
rádio, Jordi Turull, o secretário-geral do seu partido, Juntos pela Catalunha,
disse que o líder independentista partiu “em direcção a Waterloo” e que não
sabia se ele já tinha chegado à cidade belga.
Entretanto, o Tribunal Supremo espanhol pediu
à polícia catalã e ao Ministério do Interior informações sobre a operação para
deter Carles Puigdemont, assim como “os elementos que determinaram o seu
fracasso do ponto de vista técnico-policial”.
É que o antigo presidente do Governo Regional
da Catalunha continua alvo de um mandado de detenção em Espanha por ter
declarado unilateralmente a independência da Catalunha em 2017 e, desde então,
vive na Bélgica para não ser preso. Ainda assim, esta quinta-feira, conseguiu
surgir em público e fazer declarações para milhares de apoiantes no centro de
Barcelona sem ser detido. Tanto mais que, como foi eleito deputado nas eleições
catalãs de 12 de Maio, Puigdemont tinha anunciado que estaria na sessão
parlamentar de quinta-feira.
A polícia até montou um perímetro de
segurança em redor do parlamento, mas Puigdemont desapareceu. Depois, foi
montada outra operação para controlar estradas e tentar localizá-lo, mas também
não funcionou. Quem acabou detido foram dois elementos da polícia catalã por
suspeita de terem ajudado o dirigente a abandonar o centro de Barcelona.
Face às críticas de que está a ser alvo, a
polícia negou qualquer "acordo ou conversação prévias" com Puigdemont
e afirmou, em comunicado, que tentou deter o político, mas não conseguiu porque
a prioridade foi evitar distúrbios e ele esteve sempre rodeado por milhares de
pessoas.
O ministro da Justiça, em deslocação a Paris
para os Jogos Olímpicos, assegurou que a operação para deter Puigdemont “era da
responsabilidade” da polícia catalã, a quem atribuiu a competência para
“aplicar os mandados judiciários”.
Apesar da lei da amnistia negociada entre
Pedro Sánchez e os partidos soberanistas, Puigdemont continua a ser alvo de
mandado de captura porque o Supremo Tribunal considerou que um dos crimes de
que ele é acusado - desvio de fundos para organizar o referendo para a
independência - não está abrangido por essa lei.ANG/RFI
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