Rússia/Moscovo rejeita pôr fim à guerra
"Se simplesmente pararmos, isso
significará esquecer as causas originais do conflito", disse Lavrov
numa conferência de imprensa realizada antes da cimeira de Budapeste, entre o
Presidente russo, Vladimir Putin, e o Presidente norte-americano, Donald Trump,
que poderá acontecer na próxima semana.
"Agora ouvimos de Washington que devemos parar imediatamente [a
guerra] e que não devemos discutir mais nada. Parem e deixem a História julgar", acrescentou Lavrov.
Na sua opinião, a
cessação das hostilidades constituiria "uma contradição"
relativamente ao que foi acordado na cimeira de agosto no Alasca entre os dois
líderes, e acusou os europeus de tentarem convencer a Casa Branca a mudar de
posição e a não procurar um "acordo duradouro".
"Sabemos quem
está a fazer isto. São os europeus, os patrocinadores e os mestres de [o
Presidente ucraniano, Volodymyr] Zelensky", apontou.
O ministro russo
lembrou que Putin e Trump concordaram no Alasca em "concentrar-se nas
causas profundas e na necessidade de a Ucrânia abandonar a tentativa de aderir
à NATO e, se possível, garantir plenamente os direitos legítimos da população
russa e russófona".
Lavrov acrescentou
que "um cessar-fogo agora significaria apenas uma coisa: grande parte da
Ucrânia permaneceria sob o regime nazi de Kiev".
"Essa parte da
Ucrânia", continuou, "seria o único lugar na Terra onde uma língua
inteira seria proibida por lei, sem mencionar o facto de ser uma língua oficial
da ONU e falada pela maioria da população".
Vladimir Putin e
Donald Trump deverão reunir-se na Hungria para encontrar uma solução para a
guerra na Ucrânia.
Peskov disse
esperar que a cimeira sirva para "fazer avançar um acordo pacífico"
sobre a Ucrânia, mas não se pronuncia sobre a possibilidade de o homólogo
ucraniano participar no encontro.
Peskov adiantou que
Moscovo pretende que "se avance, antes de mais, num acordo pacífico sobre
a Ucrânia" no encontro de Budapeste, onde Zelensky se mostrou interessado
em estar se for convidado.
O diplomata russo
manifestou ainda surpresa com as notícias dos Estados Unidos --- avançadas pela
televisão CNN --- sobre um possível adiamento do seu encontro com o secretário
de Estado norte-americano, Marco Rubio, com quem falou hoje ao telefone.
No entanto,
reconheceu que, na sua conversa telefónica, nunca discutiram o encontro, mas
apenas a possibilidade de voltarem a falar.
A notícia da CNN
também foi referida na conferência de imprensa diária do porta-voz da
presidência russa.
"Não se pode
adiar algo que não estava programado", observou Dmitri Peskov.ANG/Lusa

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