Ministro
defende necessidade de se aproveitar
da experiência brasileira no domínio da mecanização
Bissau 03 Abr 17 (ANG) – O ministro
da Agricultura, Floresta e Pecuária afirmou hoje que a Guiné-Bissau precisa da experiência
do Brasil no domínio de mecanização uma vez que em termos de clima os dois
países têm muitas semelhanças.
Nicolau dos Santos falava à margem da reunião de apresentação de
Projectos de Produção de Arroz e Mecanização Agrícola a uma delegação
brasileira que se encontra de visita ao pais.
Santos sustentou que o pais tem grande
extensão de terra arável, muita água doce e um bom solo.
Referiu que, no passado mês de Fevereiro estiveram na
primeira Conferência dos Ministro da Agricultura da Comunidade dos Países da
Língua Portuguesa (CPLP) no Brasil onde fizeram uma apresentação sobre a
situação agrícola no país.
“Isso provocou uma certa reacção
da parte brasileira, porque de facto queremos aproveitar a experiência deste
país irmão para poder aumentar o nosso nível da produtividade “disse.
O governante destacou a
produção do arroz que é a base de alimentação dos guineenses cujo défice está
na ordem dos 100 mil toneladas que se compensa com a importação.
O ministro da Agricultura
disse que os técnicos do seu pelouro em parceria com a delegação brasileira
terão a oportunidade de visitar o interior da Guiné-Bissau para constatar in loco
sa potencialidades agrícolas que o país dispõe, acrescentando que espera que no
final seja assinado um acordo de cooperação entre as partes para materializar
os projectos em manga.
Por seu turno, o chefe da
missão brasileira disse que depois da
primeira conferência realizada no Brasil decidiu-se que a delegação devia
visitar todos os países da CPLP com o
objectivo de pôr fim a fome através do desenvolvimento agro-pecuário, uma vez
que ainda há países a praticar a agricultura muito primitiva.
Sinfrónio Júnior que é também Presidente da Câmara de Comércio e Indústria
do Brasil e Moçambique sublinhou que a agricultura é o seguimento mais
importante que existe no mundo.
“Se notarmos tudo o que nós
usamos desde a camisa, o sapato, madeira para fazer móveis, a comida vem da agricultura ou seja de cada 10 produtos
existentes no universo 6 vem da lavoura”, referiu.
“ É uma actividade rentável e
deve ser cobrada ou seja as pessoas devem receber dinheiro proveniente deste
trabalho, mas também devem pagar impostos. Não há nada a inventar é só fazer o
que está a ser feito no mercado e ensinar os jovens a depender deles mesmos e a
dar um “soco” na fome”, vincou.
Por sua vez, o responsável
internacional da Fundação Getúlio Vargas, entidade formadora, disse que o seu
país já tem 50 anos de trabalho na área agrícola e hoje o Brasil saiu do país
que importa muito de fora, para um dos principais exportadores do alimento no mundo
actual.
Kleber Guarany disse que foi
por isso que estão na Guiné-Bissau para falar desta experiência, sublinhando
que não espera que a Guiné-Bissau leve 50 anos como o Brasil, mas pelo menos em
cinco ou 10 anos consiga transformar a situação agrícola da nação guineense.
“Falamos também em como tirar
a Guiné-Bissau nesta dependência de importar arroz, uma vez que tem áreas não
só para produzir o arroz para o consumo local , mas também exportar. Não
unicamente o arroz mas milho ,feijão entre outros”, disse, frisando que para isso precisa-se de uma agricultura
moderna com máquinas e formação das pessoas para o uso das mesmas no terreno.
Delegações dos dois
países vão procurar entre 3 e 7 do corrente identificar os mecanismos de acesso ao financiamento para
aquisição de máquinas e equipamentos para a mecanização agrária e compra de
insumos, formas de incentivo à promoção
da genética bovina, caprina e ovina, através da produção de leite e carne, à
semelhança de outros países da sub-região.
ANG/MSC/ÂC/SG
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