Contencioso eleitoral/PAIGC pede cancelamento de reunião do Supremo Tribunal de Justiça
Bissau,
11 Jun 20(ANG) – O Líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde(PAIGC), Domingos Simões Pereira, pede a nulidade da convocatória da
plenária do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau, prevista para a
próxima sexta-feira.
Em reação à notícia avançada pela DW
África sobre a marcação da plenária do Supremo Tribunal de Justiça, o advogado de Domingos Simões Pereira não tem dúvidas
de que a reunião deve ser cancelada, devido a irregularidades na convocatória.
"Quando
uma plenária é convocada por um secretário judicial e a lei indica que deve ser
convocada pelo presidente, há uma quebra de uma formalidade. Portanto, o ato é
nulo", afirma Carlos Pinto Pereira.
É neste
sentido que o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)
entrou, nesta quarta-feira (10.06), com um requerimento junto à instância
máxima da Justiça guineense solicitando a nulidade da referida sessão, por ser
ilegal.
A
plenária foi convocada na segunda-feira pelo secretário judicial do Supremo Tribunal de Justiça, e tem como ponto único na agenda, o recurso de contencioso eleitoral
requerido pelo candidato do PAIGC, Domingos Simões Pereira.
A
reunião foi marcada para sexta-feira, 12 de junho, pelas 10h30 (hora local),
segundo DW África .
Para o
advogado do líder do PAIGC, a lista de questionamentos sobre a convocatória não
fica por aqui.
"Nós
temos dois juízes que foram convocados para uma sessão há cerca de um mês, e na
altura, pediram para não serem novamente convocados, pois tinham esgotado o
poder de conhecimento, acrescentado que o assunto estava definitivamente
apreciado", diz Carlos Pinto Pereira .
"Estranhamos
que estes dois juízes apareçam hoje a convocar uma sessão plenária para
discutir a matéria que diziam ter sido já decidida."
Carlos
Pinto Pereira refere que estas "contradições" levam as pessoas a
pensar na possibilidade de anular as eleições presidenciais de dezembro, que
conduziram Umaro Sissoco Embaló à Presidência da República.
O
advogado assegura que não é isso que o PAIGC está a pedir. Admite, no entanto,
que, face a estas e outras incongruências, "não estará longe" de
avançar com um pedido nesse sentido.
Carlos
Pinto Pereira repudia também a acusação pública por parte de Umaro Sissoco
Embaló ao Supremo Tribunal de Justiça, apelidando os juízes que compõem o órgão de "bandidos".
"Toda
a gente ouviu as ameaças de Umaro Sissoco sobre os juízes do Supremo Tribunal
de Justiça. É uma coisa vergonhosa", diz.
A DW
África refere que contactou esta semana um dos juízes conselheiros da instância máxima
da Justiça guineense, que não quis gravar a entrevista, e que este afirmara que o Supremo ainda não
podia reagir às acusações do Presidente da República, sob pena de ser acusado
de fazer política.
Quanto
à reunião marcada para a próxima sexta-feira, para a apreciação do recurso do
contencioso eleitoral, o advogado de Domingos Simões Pereira diz ter
"fé" no Supremo Tribunal de Justiça e que espera coerência na decisão
final.
"Nós queremos que haja uma decisão
do Supremo Tribunal de Justiça e, seja qual for, estaremos cá para tomar a
nossa posição. Não será compreensível que os juízes mudem de opinião como um
cata-vento. Fazemos fé no Supremo."ANG/DW
África
Sem comentários:
Enviar um comentário