terça-feira, 30 de janeiro de 2024


África do Sul/Congresso Nacional Africano suspende antigo presidente Jacob Zuma

Bissau, 30 Jan 24 (ANG) - O antigo presidente da África do Sul, Jacob Zuma, foi suspenso pelo Congresso Nacional Africano (ANC), partido que em tempos liderou, após ter rejeitado votar a favor da estrutura nas eleições gerais de 2024.

Zuma, que foi destituído em 2018 por suspeitas de corrupção, e que enfrenta ainda problemas com a justiça, fundou, de seguida, um novo partido: o uMkhonto we Sizwe (MK), que significa "lança da nação", segundo a BBC.

"Zuma e outros cuja conduta esteja em conflito com os nossos valores e princípios, encontrar-se-ão fora do CNA", disse o secretário-geral do partido, Fikile Mbalula.

Cyril Ramaphosa substituiu Zuma em 2018 na presidência do governo, prometendo uma luta contra a corrupção. Lidera, neste momento, o ANC, num clima de alta tensão antevendo as eleições gerais deste ano.

Zuma, de 81 anos, garantiu, em Dezembro do ano passado, que vai "morrer como membro do ANC", mas não votará no partido nas próximas eleições, acusando alguns dos seus líderes de agir de maneira "não-ANC". O antigo presidente sul-africano, recorde-se, uniu-se ao partido quando tinha apenas 17 anos, representando uma das suas figuras mais históricas.

A BBC afirma, ainda, que as eleições deste ano são vistas por muitos como as mais competitivas desde que o ANC chegou ao poder no país, em 1994.

Nas próximas eleições na África do Sul, que deverão realizar-se entre Maio e Agosto, o ANC poderá perder pela primeira vez na sua história a maioria parlamentar e também a presidência do país, de acordo com peritos em sondagens citados pela agência Lusa.

Em Agosto, Zuma recebeu um "perdão especial" presidencial que lhe permitiu evitar ser reencarcerado para cumprir uma pena de prisão de 15 meses, como anunciou na altura o governo sul-africano.

Em Julho de 2021, a África do Sul viveu uma onda de violência durante mais de uma semana no seguimento da detenção do ex-presidente, que causou mais de 300 mortos e originou mais de 2.500 detenções, segundo a Presidência sul-africana.

Esta foi a primeira vez na história da África do Sul que um ex-presidente foi condenado a uma pena de prisão. ANG/Angop


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