Alemanha/ONG alerta para “Estado de emergência no mar
Mediterrâneo"
Bissau, 10 Jul 24 (ANG) - A ONG alemã Sea-Eye alertou para o “estado
de emergência” no mar Mediterrâneo, depois de ter socorrido- por cinco vezes e
em menos de 24 horas-várias embarcações que transportavam migrantes.
A Sea-Eye explica, em comunicado, que foi
alertada pela linha de apoio aos migrantes-Alarm Phone- permitindo-lhe evacuar
centenas de pessoas, incluindo a mãe e um bebé, com a ajuda de outras duas
embarcações.
A ONG alemã fala em “estado de emergência” no
mar Mediterrâneo, sublinhando que estas operações mostram a importância
de “estar lá para salvar vidas”. Porém, a Sea-Eya não especificou se
obteve autorização das autoridades italianas para realizar os resgates, sem
qualquer risco de ver o navio apreendido. Depois de transferir algumas das 231
pessoas resgatadas para um navio da guarda costeira italiana, o Sea-Eye
transportou ontem, 9 de Julho, cerca de 170 pessoas para o porto designado de
Génova, no norte de Itália, que fica a “aproximadamente 600 milhas náuticas”.
De acordo com a lei italiana, as ONG devem
dirigir-se “sem demora” a um porto imediatamente após a conclusão de um resgate
– uma política que as impede de realizar vários resgates consecutivos. Segundo
diversas associações, esta política viola o direito marítimo que obriga
qualquer navio a socorrer uma embarcação em perigo.
Quem se recusar a cumprir esta lei incorre
numa multa que varia entre 2 mil e 10 mil euros, bem como a detenção
administrativa, durante 20 dias e, em última instância, a apreensão definitiva
da embarcação.
No passado, muitos navios de ONG foram
detidos por violarem esta regra, todavia os tribunais italianos anularam por
diversas vezes decisões deste tipo, mas ainda não identificaram com precisão as
falhas jurídicas desta legislação.
Desde que chegou ao poder, em Outubro de
2022, a coligação da primeira-ministra de extrema-direita, Giorgia Meloni, tem
procurado conter a chegada de barcos de migrantes do Norte de África a Itália.
Giorgia Meloni acusa os navios de resgate de serem um “factor de atracção”, embora a grande maioria dos migrantes que chegam à Itália sejam, na verdade, recolhidos pela guarda-costeira.ANG/RFI
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